Leite ficará mais caro
Brasil decide taxar importação de lácteos de fora do Mercosul
Segundo ministro Fávaro, decisão foi confirmada após reunião com o vice-presidente Alckmin e deve ser aprovada em breve pela Camex (Valor)

EDUCAÇÃO FINANCEIRA. A falta de educação financeira também está no cerne da disparada do uso do rotativo. Ione, do Idec, aponta que parte dos consumidores usa o cartão para pagar despesas correntes e, assim, “complementar” a renda do mês.Na hora da compra, os consumidores avaliam se a parcela cabe no bolso, mas esquecem os juros. Os especialistas também apontam que falta planejamento de longo prazo para se adquirir bens à vista, sem ter de recorrer aos parcelamentos. A diferença entre o valor total e o que foi pago de fato se transforma em um empréstimo. Assim, passam a ser cobrados juros sobre o valor que faltou pagar. A taxa média de juros do crédito rotativo cobrada pelos bancos está em torno de 437% ao ano. No mês passado, a inadimplência na modalidade ficou em 49,1%. Se o consumidor entendesse o que significa juro-sobre-juros, ficariam arrepiados e deixariam de usar o cartão rotativo, o que muitos chamam de bola de neve. (Estado)

Produção de grãos terá alta de 17,4%, diz Conab

A produção brasileira de grãos na safra 2022/23 deve chegar a 320,06 milhões de toneladas, um aumento de 17,4% em comparação com o resultado da safra anterior, de acordo com dados divulgados ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Segundo a estatal, isso será reflexo da combinação dos ganhos de área e de produtividade das lavouras. Enquanto a área plantada apresentou alta de 5% em relação à safra 2021/22, alcançando 78,3 milhões de hectares, a produtividade média deve registrar uma elevação de 11,8%, saindo de 3.656 para 4.086 quilos por hectare. Dos itens produzidos, a Conab destacou o avanço da colheita da segunda safra do milho, que já é superior a 64,3% da área plantada. Produtos da safra de verão, como soja e arroz, têm produção estimada em 154,6 milhões e 10,03 milhões de toneladas, respectivamente. No caso da oleaginosa, destaque para Mato Grosso, maior produtor do grão no País, e para a Bahia, com a maior produtividade (4.020 kg/ha). (Estado)

O ESTADO DE S.PAULO

  • Inflação de serviços ‘preocupa mais’, diz Campos Neto
  • Febraban pede ‘reequilíbrio’ de compras parceladas
  • Uso do rotativo cresce 108% com pandemia, e juros chegam a 1.000%
  • Serviços crescem 0,2% em junho, diz IBGE
  • Portaria restringe voos no Santos Dumont para aumentar fluxo no Galeão
  • Rotativo do cartão vai acabar, diz BC
  • Revisão amplia acesso dos mais pobres ao ensino via Lei de Cotas (mesmo sem a qualificação no ensino nas políticas públicas)
  • Governo admite falha de registro e pede dados
  • Área protegida da Mata Atlântica é 4 vezes maior do que registro oficial
  • No poder da esquerda por décadas, Consórcio Norte/Nordeste já ‘lucrou’ R$ 123 bi, mas desigualdade persiste
  • Área protegida da Mata Atlântica é 4 vezes maior do que registro oficial

O GLOBO

  • Expectativa de reajuste eleva procura por combustíveis
  • Novo PAC será lançado hoje com incerteza fiscal e inflado por estatais
  • ‘O PAC é como qualquer remédio. Quando é demais, faz mal’
  • BC: fim do rotativo do cartão é solução mais ‘encaminhada’
  • Lira quer levar a plenário remuneração a jornais
  • Em outubro, terminal terá limite por volume de passageiros
  • Governo decreta redução de voos no Santos Dumont para viabilizar Galeão

FOLHA DE S.PAULO

  • Santos Dumont só terá voos com distância de até 400km
  • Decreto de Biden proíbe investimentos em tecnologia na China
  • Ex-CEO quer perícia em relatório enviado à CPI da Americanas
  • Continuidade do programa depende de arcabouço, diz ministro
  • Lucro dos grandes bancos cai 9% e soma R$ 24 bi no 2º trimestre, mas a desigualdade social se ampliam
  • Governadores de oposição devem faltar ao lançamento
  • Novo PAC incluirá Ferrogrão, trem em SP e obras há anos sem conclusão
  • Campos Neto diz que avalia acabar com rotativo do cartão
  • Caixa afasta funcionária que liderou consignado do Auxílio Brasil
  • PT vira emissora de TV aberta e ocupa canal 1313 em antenas parabólicas
  • Fazenda discutirá com AGU ‘despedalada’ de precatórios
  • El Nino pode pressionar inflação dos alimentos no fim de 2023 no Brasil, afirmam analistas
  • Defasagem de preços restringe oferta de diesel, dizem postos
  • Equador adota estado de exceção após presidenciável ser morto

VALOR ECONÔMICO

Governo estuda alíquota entre 17% e 20% sobre compras no exterior de até US$ 50
A intenção é que a tarifa seja cobrada até outubro, podendo ser aplicada nova elevação em dezembro; o varejo nacional defende cobrança de 40%

Campos Neto indica fim do crédito rotativo
Parcelamento com juros de até 9% ao mês, equivalentes a uma taxa anual de 181,27%, substituiria a cobrança atual com taxa média de 437% ao ano

Elevação do petróleo aumenta a defasagem nos combustíveis
A situação de preços defasados por um longo tempo acentua um risco de desabastecimentos pontuais em algumas regiões; a estatal nega que tenha reduzido a oferta de diesel no país

Argentinos vão às primárias no domingo
Próximo governo terá de buscar soluções para controlar a inflação alta, o baixo crescimento, reservas internacionais negativas e o aumento da pobreza

Indicador mostra queda do varejo em julho
Índice Stone aponta retração disseminada por vários segmentos e baixa de 2,5% ante junho

Cinco anos após última pesquisa, IBGE volta a investigar fome no país
Instituto vai classificar pessoas e domicílios de acordo com a vulnerabilidade do acesso aos alimentos, tanto em quantidade suficiente como em qualidade

Expectativa é que fraqueza prossiga no setor de serviços
Crescimento de 0,2% do segmento em junho fica abaixo do esperado de analistas

Setores produtivos na Argentina aguardam resultados das Paso
Setores produtivos vêm adotando mais frequentemente ações de defesa financeira – como a de dolarizar seus ativos – em vez de traçar planos de investimentos estratégicos

Deflação acrescenta riscos para o crescimento chinês
A lenta recuperação chinesa só pode ser acelerada com injeção do consumo, mas pacotes amplos de estímulos aos gastos das famílias nunca foram lançados

Na Guerra Fria tecnológica, Coreia do Sul desvia foco da China para os EUA
A Samsung começou a transferir a produção da China para o Vietnã em 2008 e em 2019 fechou a última fábrica de celulares na China

StoneX projeta aumento de 1,7% no consumo de óleo diesel no país em 2023
Consulrotia estima 64 milhões de metros cúbicos (m³), com base nas melhores perspectivas de alta do PIB e da forte expansão das safras 2022/23 de soja e milho

Carros usam de casca de café a redes de pesca para poluir menos
Montadoras desenvolvem novas tecnologias e aplicam materiais “estranhos” nos veículos para torná-los menos nocivos à natureza

Setor quer biodiesel em PL do “Combustível do Futuro”
Ministro da Agricultura Carlos Fávaro defendeu a regulamentação do aumento da mistura do biodiesel ao diesel fóssil até 20%

Orçamento do Seguro Rural deve se esgotar já neste mês
Dos R$ 1,06 bilhão disponibilizados no programa de subvenção ao prêmio, R$ 837,2 milhões já estão comprometidos

Milho é destaque na colheita recorde de grãos
Conab elevou a estimativa de produção do milho de segunda safra para 100,2 milhões de toneladas

Campos surpreende e indica fim do rotativo de cartões
Bancos indicam que podem aceitar extinção do rotativo. Declarações de Campos pegaram instituições de surpresa ao tornarem públicas discussões que ocorriam nos bastidores

Risco fiscal nos EUA pressiona ativos
Bolsas de valores perderam força ao longo do pregão; no Brasil, dólar terminou em queda, refletindo resultado da inflação americana, cotado a R$ 4,88

Por que a nova onda de inflação pelo mundo pegou bancos centrais despreparados
Questões como políticas expansionistas, perturbações nas cadeias de suprimentos, guerra na Ucrânia causaram impactos sobre os diversos países de maneira diferenciada

Jornal Imparcial
GAZETA DO POVO

Duelo entre Lula e Lira paralisa o Congresso e coloca em risco programas do governo
A perseguição a Romeu Zema e o papel dos governadores
“Quem tem problemas ambientais é a China, Europa, EUA”: filme mostra que o Brasil não é o vilão da natureza
Municípios terão direito ao Fundo Amazônia, mas BNDES pode favorecer ONGs ‘ilícitas’ específicas
Autor de ataque a creche em SC é condenado a 329 anos de prisão
o “putsch” da Constituição Cidadã
Amigos leais e justos: Defesa de Silvinei Vasques diz que ex-diretor da PRF não irá fechar acordo de delação premiada. Bandidos não tem amigos, tem cúmplices, ex. Lava-Jato
Ninguém no governo está interessado em combater os bandidos
ADPF 442: parlamentares criticam ativismo judicial do STF ao tentar legalizar o aborto. Só chora, Congresso tem o poder de mudar o STF através de Leis, mas porque não o fazem se para isso foram eleitos?
Como o Equador se tornou um país dominado pelo narcotráfico, exemplo para o Brasil
PCC, drogas e abusos sexuais: combates vencidos pelas escolas militarizadas de Roraima
A perseguição política continua: Moraes quer dados de posts de Bolsonaro, mas redes não terão de enviar informações sobre seguidores
PT lança emissora via satélite e aguarda concessão pública para TV e rádio
PSOL aciona Justiça para obrigar Tarcício a aderir a livros didáticos do MEC
Movimento Curitiba contra Corrupção: Operação lava Jato ganha série documental em 85 episódios
Para auto-defesa no crime: Zanin vota pela obrigatoriedade do juiz de garantias na estreia no plenário do STF
Desvalorização e impactos tributários fazem produtores de cana migrar para outras culturas
Marco temporal pode ser votado em comissão do Senado na semana que vem
Republicanos se corrompe com o sistema: Esvaziamento da CPI do MST apetite do Centrão por cargos, mas gera crise no Republicanos
Lula lança novo PAC inflado por obras inacabadas das antigas gestões do PT que nunca se concluíram, segue no desvios
Rotativo do cartão de crédito deve ser extinto, diz Campos Neto
Fundação Bill Gates seleciona healthtech curitibana para desenvolver projeto de IA em saúde.

MATÉRIA EM DESTAQUE

Crédito rotativo do cartão deve ser extinto, afirma presidente do BC

Em audiência no plenário do Senado, presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, afirma que solução ‘encaminhada’ é a de parcelamento do débito com juros menores. Roberto Campos Neto disse que solução “encaminhada” é a de parcelamento do débito com juros menores.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou ontem a senadores que o crédito rotativo no cartão de crédito deve ser extinto. Segundo ele, o grupo de trabalho formado por BC, Ministério da Fazenda e bancos para analisar o tema deve apresentar nos próximos 90 dias uma solução no âmbito do Conselho Monetário Nacional (CMN).

O rotativo é um tipo de crédito oferecido ao consumidor quando ele não faz o pagamento total da fatura do cartão até o vencimento. O exemplo mais comum é a quitação do chamado valor mínimo da fatura. O rotativo, porém, passa a valer quando o consumidor paga qualquer quantia que não seja o valor integral.

A diferença entre o valor total e o que foi pago de fato se transforma em um empréstimo. Assim, passam a ser cobrados juros sobre o valor que faltou pagar. A taxa média de juros do crédito rotativo cobrada pelos bancos está em torno de 437% ao ano. No mês passado, a inadimplência na modalidade ficou em 49,1%.

No entanto, o entendimento do setor é de que apenas o fim da modalidade, com a dívida sendo automaticamente parcelada com juros mais baixos, não deve ser suficiente para realmente baixar as taxas. Desde 2017, na segunda fatura depois que o consumidor recorre ao rotativo os bancos são obrigados a transferir a dívida para um parcelamento com juros mais baixos. Nessa modalidade, as taxas hoje estão em 196,1% ao ano.

“A solução está se encaminhando para que não tenha mais rotativo, que o crédito possa ir direto para o parcelamento (mensal), e seja uma taxa ao redor de 9% (de juro mensal, equivalente a 181% em 12 meses)”, afirmou ele, durante audiência pública no plenário do Senado.

DESENROLA. Além do grupo de trabalho, a Câmara também discute os juros do rotativo como parte da Medida Provisória do Desenrola, programa de renegociação de dívidas para quem está com o nome sujo. O relator da MP, deputado Alencar Santana (PT-SP), deve incluir no texto um dispositivo que obrigaria a autorregulação dos bancos sobre os juros do rotativo. Nesse caso, se os bancos não estabelecessem uma norma em 90 dias, seriam obrigados a cobrar no máximo 8% ao mês – o teto das taxas do cheque especial, uma outra modalidade de crédito.

Para aceitar a autorregulação, porém, os bancos querem limitar o parcelamento de compras no cartão em até 12 meses. As instituições dizem que o parcelamento sem juros e a inadimplência implicam cobrança de taxas maiores no cartão de crédito.

Nas alturas Taxa média cobrada pelas operadoras de cartão no crédito rotativo em junho foi de 437,25% ao ano. O uso do rotativo do cartão de crédito – linha de financiamento mais cara do País, amplamente difundida entre a população de menor renda – mais do que dobrou nos últimos três anos. A concessão cresceu 108% no período entre junho de 2020 e o mesmo mês de 2023, quando alcançou R$ 30,2 bilhões, segundo dados do Banco Central (BC). Os juros médios nessa modalidade superaram os 437% ao ano (números de junho), mas instituições chegam a cobrar quase 1.000%, segundo o BC.

O consumidor cai no rotativo toda vez que opta por pagar apenas uma parte da fatura do cartão até o vencimento. Nesse cenário, a inadimplência alcançou o recorde de 53% em maio (agora está em 49%), e levou governo e Congresso a pressionarem pela queda dos juros. Temendo um tabelamento, como ocorreu com o cheque especial – que hoje tem teto de 8% ao mês –, os bancos aceleraram as negociações com varejistas e empresas do setor.

RAZÕES. Essa disparada na concessão do rotativo, segundo especialistas, tem diversas explicações. Elas vão desde o impacto da pandemia no orçamento até a proliferação do número de cartões e o maior acesso a esse tipo de crédito, passando pela falta de educação financeira.

“Muitas pessoas, principalmente as que estavam na informalidade, tiveram períodos de perda de renda durante a pandemia”, afirma a coordenadora do programa de Serviços Financeiros do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Ione Amorim. Ela explica que, por falta de opção, as famílias de baixa renda acabam recorrendo a linhas de crédito sem garantias, que têm juros mais elevados. “A grande oferta de cartões atende a essa necessidade, mas isso vem acompanhado da maior taxa do mercado”, diz.

VÁRIOS CARTÕES. A proliferação de cartões de crédito, com a entrada de novos concorrentes, ajuda a explicar o maior uso do rotativo. Dados do BC apontam que 20 milhões de pessoas passaram a ter acesso a um ou mais cartões entre 2019 e 2022. Uma expansão positiva, do ponto de vista de inclusão financeira, mas que tem potencial de aumentar o nível de endividamento das famílias, alerta o BC.

O aumento nas emissões foi puxado pelas instituições digitais, mas a autoridade monetária também cita as instituições financeiras pequenas e médias e aquelas ligadas às lojas varejistas.

Ricardo Vieira, vice-presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), diz que a Abecs está finalizando uma proposta com medidas que podem contribuir para a redução do juro do rotativo.

EDUCAÇÃO FINANCEIRA. A falta de educação financeira também está no cerne da disparada do uso do rotativo. Ione, do Idec, aponta que parte dos consumidores usa o cartão para pagar despesas correntes e, assim, “complementar” a renda do mês.

Na hora da compra, os consumidores avaliam se a parcela cabe no bolso, mas esquecem os juros. Os especialistas também apontam que falta planejamento de longo prazo para se adquirir bens à vista, sem ter de recorrer aos parcelamentos.

Oferta BC informa que 20 milhões de pessoas passaram a ter acesso a um ou mais cartões entre 2019 e 2022

O Estado de S. Paulo. 11 Agosto de 2023
Por: THAÍS BARCELLOS EDUARDO RODRIGUES

Avaliação III: Salário mínimo

Se o que se deseja é melhorar a vida dos 20% mais pobres, de cada R$ 100, só R$ 3 atingem a finalidade. Completo hoje a série de três artigos com sugestões para contribuir para a avaliação das políticas públicas. O assunto hoje é a valorização do salário mínimo (SM). A pergunta é: o que se deseja com isso? A concepção, como o nome indica, é aumentar o valor “mínimo”. Veja-se o Nordeste, porém: lá, quem ganha SM, numa escala de um a dez, ocupa os lugares cinco e seis na distribuição de renda. O fato é que, no Brasil, o salário mínimo não é mínimo!

A soma dos valores pagos a aposentados e pensionistas com benefícios de um SM, somados aos valores da Lei Orgânica de Assistência Social (Loas), correspondia a 1,4% do PIB em 1997 e chegou a 3,8% do PIB em 2022. A conta que cabe fazer é que um aumento real de 1% do SM aumenta em 0,48% a despesa somada do INSS e Loas. Esta foi orçada em 2023 em torno de R$ 960 bilhões. Se o SM aumentasse 2% em termos reais, o impacto seria de 2% vezes 0,48 vezes R$ 960 bilhões: R$ 9 bilhões. O problema é que o efeito cumulativo no fluxo, cinco anos depois, será de mais de R$ 45 bilhões. Ora, toda a despesa discricionária em 2023 deverá ser próxima de R$ 170 bilhões.

Isso significa que a despesa discricionária teria de ser cortada em um quarto para acomodar tal aumento do INSS e da Loas. Com uma agravante: o efeito sobre a redução da miséria será ínfimo. Na distribuição de rendimentos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), se considerado só o universo dos aposentados e pensionistas com rendimento de um SM, só 3% desse conjunto se encontra nos 20% mais pobres, em termos de distribuição da renda per capita. Por quê? Não é difícil de entender. Na última Síntese de Indicadores Sociais (SIS) do IBGE, em 2021, o rendimento domiciliar per capita do décimo inferior da distribuição de renda era de apenas R$ 94 e o do segundo décimo, R$ 281. Um aposentado que ganhasse SM na época e vivesse sozinho teria um rendimento igual a seis vezes a renda média dos 20% mais pobres.

Quando, antes da pandemia, o País gastava menos de 0,5% do PIB com o Bolsa Família para 13 milhões ou 14 milhões de pessoas, a pergunta “para que serve o Bolsa Família?” tinha uma resposta claríssima: “Para reduzir a miséria”. Nesse sentido, se ao aumentar o SM o que se deseja é fidelizar o voto de quem ganha esse valor, a razão é clara. Por outro lado, se o que se deseja é melhorar a vida dos 20% mais pobres, de cada R$ 100, só R$ 3 atingem a sua finalidade. Resta a pergunta: que objetivo se pretende alcançar com a política? Com a palavra, o ministro da Fazenda e a Secretaria de Avaliação.

O Estado de S. Paulo. 11 Agosto de 2023
Por: Fabio Giambiagi Economista

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