Nesta terça-feira (30), em Brasília, será iniciada a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), que tem como meta elaborar uma nova estratégia nacional para todas as áreas de conhecimento.

Um dos eixos da CNCTI é a reindustrialização e apoio à inovação nas empresas. Desde o início dos anos 1980, diminuiu o peso da indústria de transformação no Produto Interno Bruto. Entre 2010 e 2021, a parcela de participação do setor caiu de 13,75% para 11,33% do Produto Interno Bruto (PIB).

“É preciso um conjunto de medidas, e o que a gente espera é que gradualmente empresários, principalmente os mais novos, vejam os resultados, acreditem e tomem atitudes para o Brasil recuperar o seu sistema industrial, que já teve uma participação no PIB duas vezes maior do que é atualmente”, diz o físico Sérgio Rezende, ex-ministro de Ciência e Tecnologia (2005-2010) e secretário-geral da conferência.

Na avaliação de Rezende, a desindustrialização brasileira foi acelerada principalmente por dois fatores: ascensão da indústria chinesa e as altas taxas de juros praticadas no Brasil.

Aqui e em outros lugares, as empresas substituíram componentes que fabricavam por peças importadas. Com a evolução desse processo, algumas empresas são cada vez menos industriais e passam a ser cada vez mais importadoras e redistribuidoras de produtos para a rede de clientes que formaram.

Atualmente, o Brasil tem a segunda maior taxa de juros real do mundo. Está apenas abaixo da Rússia – em guerra com a Ucrânia desde fevereiro de 2022 – e acima de outros países com grau de desenvolvimento próximo como o México, África do Sul e Colômbia.

Também nesta terça, data em que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central fará mais uma reunião para decidir sobre o futuro da taxa básica de juros (Selic), hoje em 10,5%, as centrais sindicais farão atos em frente às sedes e representações do BC pelo país pela redução dos juros. Infelizmente os atos deveriam se voltar para o controle fiscal e no aumento dos gastos do governo.

Esse nível elevado de taxas de juros é resultado de uma série de fatores estruturais que constituem o que é conhecido como “Custo Brasil”, a começar pelo alto endividamento público. O governo recorre a um grande volume de empréstimos, emitindo títulos de dívida pública, visando financiar suas extensas despesas. As medidas do governo aumenta apenas o PIB público de investimento, o que aumenta o risco da inflação e faz com que o BC aumente os juros. O controle de gastos públicos são medidas ponderáveis para se abaixar os juros do BC, e assim, abrir espaço para o desenvolvimento econômico e o aumento do PIB privado na economia, o que viria a desenvolver a indústria. Quando o governo toma medidas que aumenta da dívida pública, favorece o sistema financeiro, devido a alta dos juros, logo, empresários preferem investir na especulação financeira do que no investimento em maquinários, são medidas oportunas que não devem ser rejeitadas por nenhum gestor. O formato do governo atual coloca a estagnação na economia. O risco do BC abaixar os juros sob coação e pressão política, fará com que sai da paralisia da economia e acaba caindo no buraco inflacionário. Diante deste quadro, fica claro, o que “o governo”, deve fazer para que os juros abaixem e comece o desenvolvimento do Brasil e sair da estagnação econômica, um ABC para qualquer analfabeto em economia entender.

A Conferência

As propostas sobre reindustrialização e neoindustrialização a serem discutidas na 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação começaram a ser debatidas em 13 seminários preparativos organizados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) entre dezembro do ano passado e março deste ano.

Essas reuniões se somam a mais de 200 encontros e conferências locais e setoriais realizados como prévias preparatórias da CNCTI finalizadas até maio. Além do tema da reindustrialização e apoio à inovação nas empresas, a conferência terá como eixos “recuperação, expansão e consolidação do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação”; “Ciência, Tecnologia e Inovação para programas e projetos estratégicos nacionais”; e “Ciência, Tecnologia e Inovação para o desenvolvimento social.”

Desde meados da década de 1990, a produção científica do Brasil tem avançado ano a ano. Mas, entre 2021 e 2022, o país reduziu o número de estudos publicados – de 80.499 artigos publicados para 74.570 textos científicos, queda de 7,4%.

O país também sofre com a fuga de cérebros que vão trabalhar como pesquisadores no exterior e com o reduzido número de doutores formados – cinco vezes menos doutores do que a média da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

A 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação será realizada no Espaço Brasil 21, no Setor Hoteleiro Sul de Brasília. O evento poderá ser acompanhado virtualmente pelo Youtube. Interessados podem se inscrever para ter participação virtual, com direito a certificado, neste link.

As informações da Agência Brasil

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