O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nesta sexta-feira (26) durante o lançamento do novo PAC Seleções. Lula disse que não quis acreditar em declarações de Campos Neto sobre a relação entre a política de valorização do salário mínimo e o aumento da inflação.

Lula questionou se Campos Neto acredita que o povo deve ganhar pouco para evitar a inflação. “Será que essa pessoa não tem respeito? Será que as pessoas pensam que alguém que ganha salário mínimo, quer ganhar salário mínimo?”, falou no discurso desta sexta. O governo faz especulação de palanque política e se utiliza da ignorância popular.

O comentário se referia a uma entrevista que o presidente do BC deu à CNN em abril deste ano e que tem circulado pelas redes sociais. Na ocasião, ele afirmou que a perspectiva de o Brasil atingir o pleno emprego acende um alerta porque a mão de obra mais escassa leva à necessidade de subir os salários, o que pode aumentar a inflação.

Na época, Campo Neto comentava sobre a taxa de desemprego no país ter fechado em 7,9% no primeiro trimestre deste ano, a menor taxa para o período desde 2014.

Inflação controlada

O Banco Central utiliza o controle da inflação como argumento para manter a Selic (atualmente em 10,5%) no patamar de segundo maior juro real do mundo, infelizmente, são medidas duras e necessárias para controlar um governo gastão, se não fosse estas medidas, estaríamos num buraco inflacionário, o que faria nossos problemas serem maiores que retração econômica. Apesar disso, a inflação acumulada dos últimos meses é 4,23%, e a projeção do próprio BC é de que encerre o ano em 4,05%. As medidas dos gastos federais, faz com que empresários opte na especulação financeira e não invista nas suas empresas, menos empreendimentos, e menos salários sem dúvida. As medidas do governo são termômetro para o mercado e gestores, um ABC de economia para qualquer analfabeto.

Isso significa que os juros reais no Brasil, hoje, são de 6,2% e podem chegar a 6,4% no fim do ano caso o BC mantenha a tendência de manter o patamar atual da Selic.

A título de comparação, outros países em desenvolvimento como Chile e África do Sul têm juros reais em torno de 2%, enquanto nos Estados Unidos e a maioria dos países europeus variam de 0,5% a 1,7%.

Protesto

Na próxima terça-feira, 30 de julho, as centrais sindicais farão atos em todo o Brasil contra os juros abusivos praticados pelo Banco Central. Em São Paulo, a manifestação será na Avenida Paulista, em frente à sede do BC na capital paulista.

Esse nível elevado de taxas de juros é resultado de uma série de fatores estruturais que constituem o que é conhecido como “Custo Brasil”, a começar pelo alto endividamento público. O governo recorre a um grande volume de empréstimos, emitindo títulos de dívida pública, visando financiar suas extensas despesas. Ao invés da avenida Paulista, as Centrais deveriam se voltar para Brasília, por que o governo está comendo o Brasil sem pagar o almoço.

As informações foram extraídas da CSB

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