Mais ‘inteligente’, robô aprende só e depende menos de programação
Com novo software, máquinas desenvolvidas pelo Google ganham ‘cérebros artificiais’ e ficam ainda mais inteligentes e funcionais. Máquinas desenvolvidas pelo Google ganham “cérebros artificiais” e ficam ainda mais inteligentes e funcionais. (Estado)

Governo de SP troca livro didático gratuito do MEC por material digital
‘Passam slides e aluno anota’, diz secretário Renato Feder, abrindo mão de 10 milhões de obras via PNLD; tecnologia é complemento, não aposta única, alertam especialistas.Rede pública estadual não usará mais livros fornecidos pelo governo federal, sob alegação de que material é “raso”. Pela primeira vez, as escolas estaduais de São Paulo não receberão os livros didáticos do programa nacional gerido pelo Ministério da Educação (MEC), que compra obras para todo o País há décadas. O secretário da Educação, Renato Feder, resolveu abrir mão de 10 milhões de exemplares para os alunos de 6.º ao 9.º ano no ano que vem para usar apenas material digital. O ensino médio também deixará de ter livros impressos. “Não é um livro didático digital. É um material mais assertivo, com figuras, jogos, imagens 3D, exercícios. Ele pode clicar em links, abrir vídeos, navegar por um museu”, afirmou Feder. Esse material, segundo ele, é produzido por uma equipe da Secretaria da Educação, com 100 professores, e alinhado ao currículo paulista. Conforme o secretário, a decisão de abandonar os livros didáticos impressos foi para não dar “dois comandos” para o professor e por questionamentos à qualidade das obras do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD).(Estado)

Há meio século, o ‘Estadão’ começava a publicar Camões contra a censura
Versos do livro ‘Os Lusíadas’ foram editados 655 vezes nas páginas do jornal a partir do dia 2 de agosto de 1973. Versos de Os Lusíadas foram editados 655 vezes nas páginas do jornal a partir de 2 de agosto de 1973.O dia 2 de agosto de 1973 é um marco na luta pela liberdade de imprensa. A partir daquele dia, os versos do livro épico foram publicados 655 vezes. Foi a forma que o jornal encontrou para denunciar a censura. Não demorou para que o estranhamento dos leitores em ler poemas no meio do noticiário fosse entendido como uma denúncia da arbitrariedade, já que o Estadão não podia noticiar o que estava sendo censurado. No Jornal da Tarde, a estratégia foi publicar receitas culinárias no lugar das notícias cortadas pelos censores. A censura presencial se estendeu até 4 de janeiro de 1975, quando o governo Geisel decidiu interromper a censura no aniversário de 100 anos do jornal. Em agosto de 1974, o diretor do Estadão, Julio de Mesquita Neto, recebeu o prêmio Pena de Ouro da Liberdade, concedido pela Federação Internacional dos Editores de Jornais como reconhecimento pela atuação do jornal contra censura e sua defesa da liberdade de imprensa. (Estado) NOTA: Como se a censura estivesse acabado. Jornalistas presos, perseguidos e outros meios derrubados, deputados caçados e vozes de milhões sendo censurados no Congresso. Informações distorcidas a realidade, fake news é toda mensagem contra o regime. Estamos em uma ditadura tamanho GG, vestida de democracia tamanho P. Jornais que se mantém a custas do estado, com uma pequena margem de assinantes, perdeu-se a crítica construtiva, sendo conduzida a defender bandidos de toda ordem.

O ESTADO DE S.PAULO

  • Com incentivo do governo, venda de veículos sobe 24%
  • Governo irá reformar sistema de exportações
  • Lula diz que Pochmann é ‘extremamente preparado’
  • Projeto do saque-aniversário estimulará trabalhadores a desistir da modalidade
  • Reforma ministerial trava votação do arcabouço
  • Entrevista Tony Volpon: ‘Nunca vimos um heterodoxo no comando do BC’
  • Especialistas veem desafios no Congresso e receitas extras superestimadas
  • R$ 100 bi extras para zerar o déficit
  • SP decide trocar livros oferecidos de graça pelo MEC por material digital

FOLHA DE S.PAULO

  • STF barra tese de legítima defesa da honra em feminicídio
  • Tesouro Nacional lança título voltado para educação
  • Lula defende escolha de Pochmann para o IBGE
  • Shein é 1ª a aderir ao programa para importados da Receita
  • Auditorias acusam gestão da Americanas por rombo
  • Fitch rebaixa nota de crédito dos EUA, de ‘AAA’ para ‘AA+’
  • ‘O Senado fez alterações que não se sustentam’
  • Arcabouço na mira: Nova regra fiscal é primeiro item no Congresso, mas reforma ministerial pode afetar debate

O GLOBO

  • Inteligência artificial do INSS leva seis minutos para negar benefício
  • Ruralistas querem retirar da Tributária brecha que pode encarecer comida
  • Brasil quer compensação para produtos atingidos por lei da UE
  • Café ultrapassa gerações e distribui renda a pequenos produtores em MG
  • Auditorias negam conluio com Americanas em CPI que apura fraude
  • Importados de até US$ 50 ficam 20,4% mais caros
  • Intensidade do primeiro corte de juros deve dividir Copom em estreia de indicados por Lula
  • Dólar sobe para R$ 4,79 com aversão ao risco global
  • Agência vê deterioração fiscal e rebaixa EUA
  • Divergências adiam discussão do arcabouço fiscal na Câmara
  • Nomes do PT considerados heterodoxos retornam à cena
  • Após polêmica com Pochmann, Lula é aconselhado a indicar Mantega para BID
  • Vacinação com tríplice viral cai e tem baixa cobertura no país

VALOR ECONÔMICO

Zerar o déficit em 2024 depende de R$ 130 bi em receitas adicionais
Entre as medidas para elevar a arrecadação estão o voto de qualidade no Carf e a tributação de fundos exclusivos

Mortos chegam a 14; Tarcísio adota tom linha dura
Apesar de denúncias de excessos nas ações policiais no litoral paulista, governador de São Paulo defendeu a corporação e disse que não existe combate ao crime “sem efeito colateral”

Legítima defesa da honra é ilegal, diz STF
Para o relator do caso, ministro Dias Toffoli, a tese é inconstitucional por contrariar os princípios da proteção à vida, dignidade da pessoa e igualdade de gênero

Pequena empresa puxa expansão de planos de saúde
Público de planos corporativos de empresas de pequeno porte é o que mais cresce no mercado, com alta de 75% (1,8 milhão de novos clientes) nos últimos três anos e meio

Indústria tem avanço tímido no 2º tri, mas ano é de estagnação
Expansão fica restrita a poucos setores; economistas veem movimento como pontual e dizem que setor deve ‘andar de lado’

Saldo da balança cresce 68,7% em junho, aponta Secex
Superávit chega a US$ 9 bi, com queda leve das exportações e intensa das importações. Estamos comprando mais do que vendendo, gastando mais do que ganhando.

Empresa investe R$ 25 milhões em professores de escolas públicas
Programa vai durar dez anos em cidades onde multinacional tem fábrica de embalagens

Xi faz mudança militar para garantir lealdade
Medida tem como objetivo garantir a lealdade ao presidente Xi Jinping no braço militar que controla os projéteis com ogivas nucleares apontados para os EUA

Brasil e a ambição de lidar com o futuro
Se, por um lado, a natureza não perdoa, por outro, é tolo pensar que pode ser controlada

Empresas reforçam aposta em digitalização
Investimentos em inteligência artificial, automação e robotização dobraram desde 2021

Diversidade pode auxiliar a superação do abismo digital
Carência de mão de obra qualificada e falta de acesso à tecnologia limitam formação de equipes de inovação nas empresas

Analistas esperam lucro 50% menor da Petrobras
Projeções de cinco bancos indicam ganho líquido de R$ 26,7 bilhões da petroleira entre abril e junho, comparado com R$ 54,3 bilhões do mesmo trimestre de 2022

Relator de MP do vale-refeição deve manter portabilidade
Senador Mecias de Jesus diz que deixará restrições ao mecanismo para uma futura regulamentação pelo governo federal

Etanol deve ficar menos competitivo com alta de mistura na gasolina
Esse é o efeito para o etanol hidratado; anidro seria favorecido. Medida também ajudaria na descarbonização e reduziria os preços do combustível fóssil no país

Bolsas recuam após dados globais
Ibovespa cedeu 0,57%, e papéis da Petrobras sofreram com temores de uma possível intervenção do governo na sua política de preços de combustíveis

Fazenda estuda substituir consignado do FGTS
Ideia é parte do novo pacote de medidas voltadas ao crédito anunciado na semana passada pelo ministro Haddad

Advogados tentam entrar na lista das “exceções” da reforma tributária
OAB faz mobilização contra pagamento pela categoria de alíquota padrão do IBS, que deverá ficar entre 25% e 30%

STJ volta a julgar se Selic deve corrigir dívidas
Após quatro votos proferidos, um pedido de vista suspendeu o julgamento da Corte Especial

Jornal Imparcial
GAZETA DO POVO

  • Pedágios na BR-116, BR – 376 e BR – 101 entre Curitiba e Florianópolis têm nova tarifa
  • As cidades americanas estão se tornando territórios sem lei
  • Avanço do crime organizado na Baixada Santista tem PCC e porto como pano de fundo
  • O amor venceu e a bandidagem agradece
  • Por que o urânio do Níger pode colocar duas potências em rota de colisão
  • Cúpula da Amazônia: Brasil vai discutir como preservar a região com a Venezuela e mais 6 países
  • BC tende a baixar juros após meses de pressão do governo; aposta sobre corte se dividem
  • TSE publica decisão que tornou Bolsonaro inelegível por 8 anos
  • Há 25 anos, colégios estaduais militares de Goiás são modelo para o país
  • Para imprensa e autoridades, bandidos vale mais que policial, mas só onde o PT não governa
  • Fux mantém depoimento de José Rainha na CPI do MST
  • Supremo pode reverter política de Bolsonaro se descriminalizar porte de drogas
  • Câmara aprova regime de urgência para projeto que tipifica zoofilia
  • Ucrânia retira emblema soviético do monumento da Mãe Pátria em Kiev
  • Comissão de Segurança da Câmara aprova projeto que prevê penas para usuário de drogas
  • A mãozinha federal para governadores e prefeitos gastadores
  • Governo Biden ignorou Constituição dos EUA ao pressionar o Facebook para censurar informações
  • “Mate o fazendeiro branco”: a festa do partido radical esquerdista da África do Sul

MATÉRIA TOP

Mais ‘inteligente’, robô aprende só e depende menos de programação

Com novo software, máquinas desenvolvidas pelo Google ganham ‘cérebros artificiais’ e ficam ainda mais inteligentes e funcionais.

Máquinas desenvolvidas pelo Google ganham “cérebros artificiais” e ficam ainda mais inteligentes e funcionais.

Um robô de um braço só ficou diante de uma mesa. Sobre ela, estavam três brinquedos de plástico: um leão, uma baleia e um dinossauro. Um engenheiro deu uma instrução: “Pegue o animal extinto”. O robô zumbiu; então, seu braço se estendeu e sua garra abriu e desceu. Ele agarrou o dinossauro. Até muito recentemente, essa demonstração, realizada na divisão de robótica do Google em Mountain View, Califórnia, teria sido impossível.

Robôs não eram capazes de manipular de forma confiável objetos que nunca haviam visto, e certamente não eram capazes de fazer o salto lógico de “animal extinto” para “dinossauro de plástico”. Mas uma revolução está em andamento na robótica, que se beneficia dos recentes avanços nos chamados grandes modelos de linguagem – o mesmo tipo de sistema de inteligência artificial (IA) que alimenta o ChatGPT, Bard e outros chatbots inteligentes.

O Google recentemente começou a incorporar modelos de linguagem de última geração em seus robôs, dando-lhes o equivalente a cérebros artificiais. O projeto sigiloso tornou os robôs muito mais inteligentes e lhes deu novos poderes de compreensão e resolução de problemas.

É o caso do RT-2. O modelo, revelado na sexta-feira passada, representa um primeiro passo para o que os executivos do Google descreveram como um grande avanço na maneira como os robôs são construídos e programados. “Tivemos de reconsiderar todo o nosso programa de pesquisa como resultado dessa mudança”, disse Vincent Vanhoucke, chefe de robótica da DeepMind, empresa do Google.

Robôs ainda ficam aquém da destreza humana e falham em algumas tarefas básicas, mas o uso de modelos de linguagem de IA pelo Google para dar aos robôs novas habilidades de raciocínio e improviso representa um avanço promissor, disse Ken Goldberg, professor de robótica da Universidade da Califórnia, Berkeley.

Por anos, a forma como os engenheiros do Google e de outras empresas treinavam robôs para realizar uma tarefa mecânica (virar um hambúrguer, por exemplo) era programando-os com uma lista específica de instruções. (Abaixe a espátula 6,5 polegadas, deslize-a para a frente até encontrar resistência, levante-a 4,2 polegadas, gire-a 180 graus etc.)

Essa abordagem funcionou para usos limitados. Mas treinar robôs dessa maneira é lento e trabalhoso. E, se você quisesse ensinar um robô a fazer algo novo – virar uma panqueca em vez de um hambúrguer, digamos –, geralmente tinha de reprogramá-lo do zero.

APRENDIZADO. Nos últimos anos, pesquisadores do Google tiveram uma ideia. E se, em vez de serem programados para tarefas específicas, os robôs pudessem usar um modelo de linguagem IA – um que havia sido treinado em vastas extensões de texto da internet – para aprender novas habilidades por conta própria? “Começamos a brincar com esses modelos de linguagem cerca de dois anos atrás, e, então, percebemos que há muito conhecimento neles”, disse Karol Hausman, cientista do Google.

A primeira tentativa do Google de unir modelos de linguagem e robôs físicos foi um projeto de pesquisa chamado PaLM-SayCan, revelado no ano passado. Mas, na época, os robôs não tinham a capacidade de interpretar imagens.

O RT-2 faz isso. É o que a empresa chama de modelo “visão linguagem-ação”, ou um sistema de IA que tem a habilidade não apenas de ver e analisar o mundo ao seu redor, mas de dizer a um robô como se mover. Eventualmente, assim como o ChatGPT ou o Bard aprendem a adivinhar quais palavras devem vir a seguir em um poema ou em um ensaio de história, o RT-2 pode aprender como o braço de um robô deve se mover para pegar uma bola ou jogar uma lata de refrigerante vazia no recipiente de reciclagem.

Em uma das demonstrações, o RT-2 seguiu com sucesso instruções complexas como “mova o Volkswagen para a bandeira alemã”, o que o RT-2 fez encontrando e agarrando uma Kombi e colocando-a ao lado da bandeira do país europeu. Ele também se mostrou capaz de seguir instruções em diferentes idiomas.

ERROS. O robô ainda não é perfeito. Quando perguntaram que tipo de fruta estava em uma mesa, ele respondeu: “Branco (Era uma banana)”. Um portavoz do Google disse que o robô usou uma resposta armazenada em cache de uma pergunta anterior porque seu Wi-Fi havia falhado brevemente.

Se você é o tipo de pessoa que se preocupa com a IA se rebelando – e Hollywood nos deu muitas razões para temer esse cenário, desde o original

O Exterminador do Futuro –, a ideia de fazer robôs que podem raciocinar, planejar e improvisar pode parecer uma ideia terrível. Mas, no Google, é o tipo de ideia que os pesquisadores celebram. Depois de anos, os robôs de hardware estão de volta – e eles têm seus cérebros de chatbot para agradecer.

“Começamos a brincar com esses modelos de linguagem há cerca de dois anos e percebemos que há muito conhecimento neles”

Karol Hausman
Cientista do Google

Governo de SP troca livro didático gratuito do MEC por material digital

‘Passam slides e aluno anota’, diz secretário Renato Feder, abrindo mão de 10 milhões de obras via PNLD; tecnologia é complemento, não aposta única, alertam especialistas. Rede pública estadual não usará mais livros fornecidos pelo governo federal, sob alegação de que material é “raso”.

Pela primeira vez, as escolas estaduais de São Paulo não receberão os livros didáticos do programa nacional gerido pelo Ministério da Educação (MEC), que compra obras para todo o País há décadas. O secretário da Educação, Renato Feder, resolveu abrir mão de 10 milhões de exemplares para os alunos de 6.º ao 9.º ano no ano que vem para usar apenas material digital. O ensino médio também deixará de ter livros impressos.

“A aula é uma grande TV, que passa os slides em Power Point, alunos com papel e caneta, anotando e fazendo exercícios. O livro tradicional sai”, disse Feder ao Estadão. Desde abril, a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem indicado aos professores que usem o diário de classe digital, onde estão aulas de todas as disciplinas, organizadas em cerca de 20 slides. O professor abre a aula em seu celular ou computador e projeta na TV da sala. A decisão foi adiantada pelo jornal Folha de S. Paulo. “Não é um livro didático digital. É um material mais assertivo, com figuras, jogos, imagens 3D, exercícios. Ele pode clicar em links, abrir vídeos, navegar por um museu”, afirmou Feder.

Esse material, segundo ele, é produzido por uma equipe da Secretaria da Educação, com 100 professores, e alinhado ao currículo paulista. Conforme o secretário, a decisão de abandonar os livros didáticos impressos foi para não dar “dois comandos” para o professor e por questionamentos à qualidade das obras do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). “É para usar o livro ou o material digital da secretaria? O que cai na prova: o livro ou material digital? O professor ficava confuso.”

De acordo com ele, o governo estadual também identificou que o material que seria distribuído pelo PNLD em 2024 estava “mais raso, mais superficial”. “Tenta cobrir um currículo muito extenso de maneira superficial.”

VISÃO DO ESPECIALISTA. “A qualidade técnica dos livros ofertados pelo PNLD tem de ser valorizada. Uma informação errada não passa, é uma grande responsabilidade ter um material que é lido por milhões”, diz a diretora executiva do Instituto Reuna, Katia Smole. Em nota, o MEC informou que o PNLD é “uma relevante política do Ministério da Educação, com adesão atual de 95% das redes do Brasil”. E a permanência no programa “é voluntária, de acordo com a legislação, aderente a um dos princípios basilares do PNLD, que é o respeito à autonomia das redes e escolas”.

Katia, que foi secretária da educação básica do MEC na gestão Michel Temer (20162018), pesquisa a introdução de livros digitais em vários países e diz que nenhum deles fez isso de forma abrupta e interrompendo o uso do material impresso.

Crítica docente

Sindicato dos professores da rede estadual (Apeoesp) diz que Feder quer impor um ‘pensamento único’

Questionado sobre como São Paulo garantiria a qualidade do material criado pelo governo, Feder respondeu que há uma equipe de revisão na secretaria. Disse também que os próprios professores podem avaliar o material. Muitos dos livros do PNLD 2024, que foram recusados pelo Estado, são usados em escolas particulares de ponta da capital, como os das Editoras Moderna, FTD e Saraiva.

Por ter a maior rede de ensino do País, com cerca de 5 milhões de alunos, São Paulo representa 15% do PNLD. A decisão do secretário motivou uma série de críticas. “Para toda a cadeia do livro, autores, gráficas, indústria do papel, corpo editorial, é uma perda muito representativa”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais (Abrelivros), Angelo Xavier. “E como o estudante vai estudar em casa? Nem todos têm celulares, computadores, internet.”

Segundo Feder, as escolas podem imprimir o material para quem não tiver equipamentos em casa. Professores, porém, têm reclamado da falta de papel e de impressoras de qualidade. O governo estadual também promete investir no ano que vem nessa área.

PROFESSORES. O sindicato dos professores da rede estadual (Apeoesp) diz que Feder quer impor um “pensamento único a professores e estudantes da rede estadual de ensino, contrariando, mais uma vez, a liberdade de cátedra e o princípio da liberdade de ensinar e aprender”. Depois de aprovados pelo MEC, são as escolas que escolhem os livros que pretendem usar entre os vários ofertados no catálogo. As redes de ensino também podem escolher um livro único de cada disciplina. Feder tomou essa decisão anteriormente quando era secretário de educação no Paraná.

INTERNACIONAL. Relatório do braço das Nações Unidas para a educação (Unesco), divulgado na semana passada, recomendou o uso da tecnologia apenas como complementar a outras estratégias na sala de aula, e não como substituição. O documento cita pesquisas que indicam alguns efeitos negativos na aprendizagem por uso considerado intensivo de tecnologias na educação. Um desses estudos analisou resultados de 79 países no Pisa, a avaliação internacional da OCDE. O resultado mostra que a melhora de desempenho ocorre até quando se usa moderadamente as tecnologias. Entre os estudantes que indicaram uso maior que “várias vezes na semana”, os ganhos acadêmicos foram decrescentes, informa a Unesco.

Uma das razões apontadas é a distração causada por equipamentos eletrônicos, como no caso do celular, que tem sido proibido em até um quarto dos países analisados pela Unesco. Mas pesquisas também já mostraram que alunos que leem textos em papel podem ter desempenho melhor em testes de compreensão de leitura do que aqueles que o fazem em computadores. E que a leitura digital pode afetar a compreensão, a retenção e a reflexão.

Análises do Instituto Reúna sobre introdução de livros digitais nas escolas de países como Estônia, Coreia e Holanda, referências na educação mundial, mostram que ela foi feita de forma gradual, com a participação de professores e editoras. “As pesquisas mostram que há formas de melhorar a aprendizagem, combinando o digital e o impresso”, diz Katia.

Segundo ela, os países investiram primeiro na formação digital dos professores para poder introduzir livros digitais e em avaliação criteriosa dos resultados. “É preciso um bom monitoramento. Se eu pegar um material, der aulas, fizer a prova, é obvio que tem chance de os alunos irem bem, mas e os processos metacognitivos?”, indaga. “Há muito tempo já se superou a ideia de educação como treinamento. Os fundamentos são importantes, mas não bastam para formar um cidadão do século 21”, afirma a educadora.

O Estado de S. Paulo.2 Agosto de 2023
Por: RENATA CAFARDO

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui