Pela primeira vez, menos de 10% dos ocupados são sindicalizados
Reforma trabalhista e mudanças estruturais no mercado acentuaram tendência de queda.(Valor)

Sindicato nos EUA rejeita proposta e mantém greve
Trabalhadores do setor automotivo em Detroit pedem reajustes salariais em torno de 30% (Valor)

Governos regionais instituem ‘indústria da multa’
Muitos intensificaram a fiscalização para gerar arrecadação por meio de cobranças questionáveis, taxas e apreensões de ativos (Valor)

Queda no uso de planos pode valorizar ações
Crise na saúde privada derrubou papéis de operadoras, hospitais e laboratórios na Bolsa; analistas apostam em alta (Folha)

‘É impossível zerar a fila do INSS’, afirma ministro
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, disse ser “impossível” zerar a fila de espera do INSS, mas reafirmou o compromisso de chegar até o fim dezembro com o prazo máximo de 45 dia. (Estado)

O Globo 18.09.2023

Um novo Refis
O governo quer evitar que um projeto de confissão de dívidas tributárias em tramitação no Senado se torne um novo Refis, programa de refinanciamento de pendências tributárias, e prejudique a arrecadação no momento em que tenta reforçar o caixa. Por isso, o Ministério da Fazenda defende um marco temporal para as dívidas. Apenas as mais antigas seriam contempladas. O programa deve ser votado em duas semanas. A preocupação dos representantes da Fazenda é que os contribuintes deixem de pagar tributos com o intuito de usufruir dos descontos. Quem reconhecer os débitos sem questioná-los e pagar à vista terá 100% de juros e mora anulados. No parcelamento em 12 meses, esse desconto cairá para 75%; em 30 vezes, será reduzido à metade e, em 48 vezes, em 25%. (Folha)

O ESTADO DE S.PAULO

  • Mineradoras e siderúrgicas puxam pagamento de dividendos na Bolsa
  • O que fazer para zerar o rombo fiscal
  • Eletrobras fecha captação de R$ 7 bilhões em debêntures
  • ‘É o governo que decide se quer produção local ou mais itens chineses’
  • ‘É impossível zerar a fila do INSS’, afirma ministro
  • ‘O governo tem de ter juízo e cortar gastos’
  • Antes de ir a julgamento, chance de chegar a um consenso chega a 75%
  • Com uma ação contra planos a cada 25 minutos, TJ aposta em conciliação
  • Henrique Meirelles:A falta que fazem as reservas
  • Claudio Adilson Gonçalez: Carga tributária brasileira: alta, iníqua e ineficiente
  • Carlos Pereira: Paradoxos das instituições democráticas

O GLOBO

  • Governo faz ’road show’ para atrair investidor verde
  • Exportações do agro farão país ter recorde este ano
  • PNI, 50 anos: Programa de Imunizações completa cinco décadas em meio a desafios
  • A toque de caixa: Câmara amplia rotina de tramitação relâmpago e reduz debate em projetos de interesse do Centrão

FOLHA DE S.PAULO

  • Campos Neto vai de assíduo a persona non grata no Planalto
  • País não tem como se igualar a plano de subsídio dos EUA
  • Reforma tem que rever concursos, defende Haddad
  • Petróleo e mineração tiveram incentivo na Amazônia, diz estudo
  • Parcela de brasileiros que sente melhora na economia atinge pico
  • Haiti deve ter nova missão multinacional para conter violência
  • Orçamento e entraves limitam União Africana diante de crises
  • Pacientes que usam flor de maconha temem o fim da importação
  • PRF, quase centenária, foi de polícia das estradas a força repressiva
  • Causas de acidente que matou 14 no AM são investigadas
  • 9 em cada 10 cidades têm menos de um psicólogo por mil habitantes no SUS

VALOR ECONÔMICO

Instalação de novas fábricas de celulose e papel alimenta corrida por madeira e terras
Setor avalia que não há disponibilidade do insumo para novos projetos no segmento pelo menos até 2027

BC coordena expectativas e mercado aposta em corte da Selic de 0,5 ponto
De 140 instituições ouvidas pelo Valor, 139 esperam que a Selic caia de 13,25% para 12,75% ao ano, enquanto uma projeta baixa de 0,25 ponto

Foco nas pessoas
Em novo episódio do CBN Professional, CEO da Porto conta que a maior parte de sua agenda é direcionada ao capital humano, em atividades de escuta, formação, direcionamento e estratégias

IR em doações e herança divide ministros do STF
Na avaliação de advogados, o ideal seria que o Supremo Tribunal Federal levasse o tema a julgamento em repercussão geral, o que daria orientação às instâncias inferiores

Rússia assume a liderança na venda de diesel ao Brasil
De janeiro a agosto, 35,6% do valor importado em diesel pelo Brasil veio da Rússia; foram 40,6% em volume, deixando para trás os americanos, tradicionais exportadores do combustível

CPI da Americanas vai propor 4 projetos para mercado de capitais
Garantir proteção ao “informante de boa fé” que denunciar irregularidades em empresas privadas e punir fraudes estão entre os objetivos das propostas

O ‘conflito fiscal monetário’ continua em cena
O grau de incerteza fiscal não voltou ao nível observado antes do arcabouço, mas a alta recente dos juros reais de longo prazo mostra que a nova regra não é vista como uma solução estrutural

Problema do Conselho Federativo pode ser diferente do que se fala
Alerta do TCU aponta outros riscos que não pacto federativo e esvaziamento das competências do Senado

Pela primeira vez, menos de 10% dos ocupados são sindicalizados
Reforma trabalhista e mudanças estruturais no mercado acentuaram tendência de queda

CEOs americanos temem os impactos da polarização
Um número crescente de executivos está preocupado com a intolerância que divide funcionários e inflama o consumidor

Energia renovável que também regenera os oceanos
Por não se tratar de uma fonte intermitente como a eólica e a fotovoltaica, conversão é mais fácil de ser compartilhada com a energia das usinas hidroelétricas

Robotização e aplicações industriais diminuem o tempo da obra
Projetos corporativos e de padrão econômico ganham eficiência com uso de tecnologia, informam executivos da Kallas e da Engeform

Petrobras faz acordo para gás com Coppe
Estatal e centro de pesquisa da UFRJ assinaram parceria para desenvolver tecnologia que irá melhorar aproveitamento no gás natural

Preço da madeira dispara e desafia papeleiras
Valor médio do eucalipto em pé no Brasil saiu de R$ 40,20 o metro cúbico, em 2019, para R$ 115,40 neste ano; no caso do pinus, subiu mais de 60% em um ano

Mais independência para o contador, menos inconsistências contábeis
Acadêmico sugere que profissional responsável pela elaboração dos balanços responda diretamente ao conselho de administração

“70% do meu tempo é reservado para pessoas”, conta o CEO da Porto
Roberto Santos é o convidado do podcast e fala sobre o desafio da transformação digital para o negócio, clientes e funcionários

Queda dos preços impulsiona consumo de carnes no Brasil
Pesquisa da Horus mostra que as proteínas animais estão mais presentes nos carrinhos dos supermercados hoje do que no auge da pandemia

Dinheiro ‘esquecido’ tem R$ 2 bi de falecidos
Montante a ser devolvido a herdeiros representa 28% do total disponível na ferramenta do BC, mas resgate requer inclusão em inventário, processo burocrático e caro

Mais de 60% das dívidas negativadas são pagas
Os dados são do Indicador de Recuperação de Crédito da Serasa Experian

Grande banco está mais preparado para a disputa
Nos últimos anos, as instituições reforçaram a infraestrutura e investiram na especialização

Pena de perdimento ganha nova versão
A Lei nº 14.651/2023 reflete o compromisso do Brasil em harmonizar seu direito aduaneiro aos princípios constitucionais e às orientações da OMC

Jornal Imparcial
GAZETA DO POVO

  • Banida das redes e da magistratura, juíza Ludmila volta à internet no “Locals”
  • “Petróleo está com os dias contados”, diz Haddad ao defender transição verde
  • STF corta asas da oposição e torna inócua Congresso “mais direitista da história”
  • As dez piores teses premiadas pela Capes em 2023
  • O que está por trás da disputa entre Paraguai e Argentina no rio Paraná
  • Tarcísio articula com prefeitos para deslanchar proposta de privatização da Sabesp
  • Jorge Messias diz que órgão da secretaria criada a serviço “da ditadura petista”, um braço da AGU, que investiga rede “profissional” na disseminação, tidas como ‘fake news’, que expõem o governo instituído e suas mazelas judiciais
  • Número de mortos na Líbia pode chegar a 20 mil após tragédias
  • Rebelo diz que governo Lula “entrega Amazônia aos interesses internacionais”
  • Taiwan afirma ter detectado 28 aviões de guerra chinesas em seu território
  • STF enquadra sonegação fiscal de R$ 19 mil no princípio da “insignificância”
  • Os donos do Brasil: um problema cultural do nosso país
  • O IPCA de agosto e a próxima decisão do Copom
  • Dê olho no Congresso: Lira diz que PP e Republicanos fazem parte da base de Lula na Câmara
  • Manifestantes são presos após vandalizarem monumento em Berlim por “causa ambiental”
  • Assocaição denuncia assassinatos de pastores e fechamento de igrejas na Nigéria
  • Califórnia processa petrolíferas por “enganarem pessoas” sobre riscos ambientais
  • Os efeitos terapêuticos da música sobre pacientes com Alzheimer
  • Ditaduras: Maduro e Ortega renovam relações em Cuba: “Juntos contra a hegemonia dos EUA”
  • Presa política por 4 meses nem estava em Brasília em 8/01 “Dia do Patriota”
  • O “controle” das Forças Armadas
  • Mestiço, presente: sobre a obra Mestiçagem, Identidade e Liberdade
  • Escola no Canadá deixa biblioteca quase vazia após remover livros “não inclusivos”
  • Canetada do condenado Lula, abre portas para a volta da contabilidade criativa
  • Mortes em imigração em massa: tragédia na ilha italiana de Lampedusa
  • Sem controle dos gastos, governo conta com mais arrecadação, pagas pelo consumidor, para cumprir meta fiscal, mas Congresso resiste

MATÉRIA EM FOCO

Economistas ensinam como o governo pode gastar menos, se quiser

Economistas defendem programa de corte de gastos como uma das premissas para o cumprimento da meta em 2024; ‘Estadão’ inicia série de entrevistas sobre o tema.

Affonso Celso Pastore abre série de entrevistas sobre caminho do Brasil para melhorar qualidade do gasto público e equacionar problema fiscal.

A equipe econômica tem uma meta ambiciosa para 2024: zerar o déficit primário das contas públicas. Ou seja: fazer com que o governo consiga gastar – descontando o que é pago de juros com a dívida pública – o equivalente ao valor da arrecadação de impostos. A proposta é vista com ceticismo no mercado financeiro. A projeção mediana de bancos e consultorias ainda é de um déficit em 2024, da ordem de 0,71% do PIB – pouco melhor do que o esperado para este ano (1%).

Nas últimas semanas, também tem aumentado o tom das críticas de que o governo, na tentativa de cumprir a meta fiscal estabelecida, tem priorizado o aumento da arrecadação em vez de optar por melhorar a qualidade dos gastos públicos. Sem medidas concretas para a despesa, apontam os analistas, a equipe econômica não vai conseguir entregar os resultados prometidos. O Ministério do Planejamento diz que trabalha numa estratégia de revisão de gastos, mas ainda não fez anúncios concretos.

“O governo tem de ter juízo e fazer reformas que permitam cortar gastos”, resume Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central. Pastore abre hoje uma série de entrevistas do Estadão sobre qual caminho pode ser adotado pelo País para melhorar a qualidade do gasto público e equacionar o problema fiscal.

Essa conta fica ainda mais difícil de fechar porque o governo tem bancado gastos bilionários. Respaldado pela eleição do ano passado, o governo colocou de pé uma série de medidas com impactos relevantes: concedeu reajuste real (acima da inflação) para o mínimo, aumentou o salário de servidores e ampliou os recursos para os programas de transferência de renda.

Dentro do governo, também existe uma grande incerteza fiscal, que levou uma parte dos aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a defender a mudança da meta. Na proposta de Orçamento para o ano que vem, o governo prevê a necessidade de arrecadar R$ 168 bilhões em novas receitas para alcançar o déficit zero.

Para tentar turbinar a arrecadação, o Ministério da Fazenda enviou uma série de projetos ao Congresso. O governo já conseguiu aprovar a lei do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), que retoma o voto de qualidade a favor da Fazenda. A medida, diz o governo, pode ter um impacto de R$ 54,7 bilhões em 2024. Mas há batalhas mais duras e que não têm amplo apoio dos parlamentares, como as que mexem com a tributação de fundos exclusivos e offshore.

“O que me preocupa é exatamente o médio prazo”, afirma Felipe Salto, economista-chefe e sócio da Warren Rena. “O problema é como o governo vai dar sustentação ao novo arcabouço nos próximos anos, já que ele não vai conseguir ficar tirando da cartola, todo ano, medidas pelo lado da receita. Há, portanto, um encontro marcado com o lado do gasto.”

Condição

O Orçamento de 2024 depende de R$ 168 bi em novas receitas para fechar com déficit zero

Economista, entre 1983 e 1985 foi presidente do Banco Central. É sócio da A.C. Pastore e Associados

‘(O governo) Não está disposto a transigir nos gastos. No que isso vai dar? Não vai cumprir a meta de superávit primário e a relação dívida/PIB vai subir’

Ex-presidente do Banco Central, Affonso Celso Pastore acredita que a equipe econômica não vai conseguir cumprir a meta de zerar o resultado primário em 2024. Ele diz que o governo deveria “ter juízo”, alterar a estratégia do ajuste fiscal e “fazer reformas que permitam cortar gastos”. “Eu não tenho dúvida de que o governo não deseja e não quer fazer o contingenciamento de controle de gasto”, afirma ele, que abre série de entrevistas do Estadão sobre a questão fiscal. “Esse governo coloca um papel crucial no aumento de gastos. Ele acha que o crescimento econômico do País depende dele.” A seguir, os principais trechos:

Qual é a avaliação que o sr. faz da situação das contas públicas?

Em 2024, o aumento de gastos real (acima da inflação) será de 3,5%. Isso está dado. E o governo diz o seguinte: vou financiar com receitas sem o aumento de alíquota de nenhum imposto. Ele tem de buscar receitas que somam R$ 168 bilhões. Quando a gente percorre a lista do que o governo ofereceu – por exemplo, o negócio das offshores ou o negócio dos fundos fechados, qualquer um deles –, você não consegue encontrar os R$ 168 bilhões. Com essas restrições que ele se impôs, é impossível atingir a meta do resultado primário nulo. Estou só falando de 2024, não estou falando de 2025 e 2026. Se não é possível atingir (a meta de déficit zero),o que ele deveria fazer é contingenciar as despesas, não realizar aquilo que faltar. Precisa fazer controle de gastos.

O governo deve seguir por esse caminho?

Eu não tenho dúvida de que o governo não deseja e não quer fazer o contingenciamento de controle de gasto. Se ele não conseguir atingir o resultado primário, deveria contingenciar ou mudar a meta. Se ele mudar a meta do resultado primário – o que o Haddad (Fernando Haddad, ministro da Fazenda) tem se negado a fazer –, vai para o espaço a tal da credibilidade e o esforço do governo de reduzir a relação dívida/PIB. Não vejo isso sendo feito. Na minha opinião, e isso não tem nada a ver com o Haddad, esse governo coloca um papel crucial no aumento de gastos. Ele acha que o crescimento econômico do País depende dele, do governo. Não está disposto a transigir nos gastos. No que isso vai dar? Não vai cumprir a meta de superávit primário e a relação dívida/PIB vai subir.

Qual será a consequência? Com a política fiscal expansionista, você cria um problema para o Banco Central. Ele vai ter de reduzir a taxa de juros menos do que ele iria reduzir. Se o BC mantiver o objetivo de chegar na meta de inflação, nós vamos ter de chegar numa taxa de juros real (taxa de juros nominal descontada a inflação) mais alta no fim do processo e, consequentemente, com crescimento menor.

O juro pode chegar a quanto no Brasil dado o nosso quadro fiscal?

A visão mais otimista que tem no mercado está colocando o juro entre 9,5% e 10%. A minha calibragem, com as nossas contas como modelo, é de 10,5% para entregar (a inflação) na meta em 2025. O temor que eu tenho é de que o Banco Central vai levar a taxa abaixo desses níveis. (…) O meu ponto é de que, precisando de mais receitas, o governo comece a pôr pressão no BC para tentar acelerar o crescimento (econômico) e, assim, gerar a receita necessária para poder cumprir a meta de resultado primário.

Acredita no cumprimento das metas fiscais de 2025 e 2026?

Se não quiser ter uma carga tributária excessiva no Brasil, tem de controlar gastos. O que o governo teria de fazer em 2025 e 2026 é mudar totalmente o enfoque de como está levando a sua proposta de ajuste fiscal. Tem de começar a controlar gastos para evitar um aumento de carga tributária excessivo. Se ele não controlar gastos e não puder fazer esse aumento excessivo de carga tributária, nós vamos ter um crescimento de dívida muito grande. É um crescimento que produz prêmio de risco em tudo quanto é ativo, principalmente na taxa de juros, e impede que o País cresça. O governo tem de ter juízo e fazer reformas que permitam cortar gastos.

Com esse cenário, como fica a relação dívida/PIB?

O mercado responde a pesquisa Focus, do BC. Em nenhum ano, nem em 2024 nem 2025 nem 2026, a mediana das expectativas de resultado primário da pesquisa dá o resultado primário que o governo diz que é a meta dele. Na pesquisa Focus, tem um déficit de 0,7% do PIB em 2024, e também estão previstos déficits em 2025 e 2026. Se a gente seguir a pesquisa Focus, com o atual diferencial entre a taxa real de juros e a taxa de crescimento econômico, vamos chegar a uma relação de dívida/PIB entre 82% e 85% do PIB lá no final do governo Lula. É uma dívida muito alta para um país emergente, como é o caso brasileiro, com a péssima tradição fiscal que nós temos.

Como o investidor olha para o Brasil?

O Brasil não acaba. O País cresce menos, tem uma inflação mais alta, perde oportunidades de crescer. Tudo isso acontece. São as consequências desse tipo de cenário…(continua no O Estado de S.Paulo)

O Estado de S. Paulo.18 Setembro de 2023
Por: LUIZ GUILHERME GERBELLI

A falta que fazem as reservas

A Argentina sofre mais uma grave crise financeira, que une hiperinflação e baixas reservas internacionais. A escassez de dólares atinge proporções dramáticas, a ponto de haver desabastecimento de produtos importados, desde alimentos até carros. Na década de 1980, o Brasil ficou insolvente como a Argentina por falta de dólares para bancar importações de petróleo. Foi quando Mário Henrique Simonsen cunhou a frase “a inflação aleija, mas o câmbio mata”. Quase ninguém se lembra disso porque o problema foi superado.

Algo que não é muito comentado porque não traz problemas atualmente são as reservas internacionais brasileiras. As da Argentina estão em US$ 27 bilhões, mas a maior parte está comprometida com dívidas. O Brasil tem hoje US$ 342 bilhões em reservas (relatório do BC de 11 de setembro), valor mais do que confortável. Mas nem sempre foi assim.

Quando assumi a presidência do Banco Central, em 2003, o Brasil tinha US$ 36 bilhões de reservas e devia ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Como o País perdia recursos – o que entrava na balança de pagamentos era menos do que o que saía –, corria o risco de ficar insolvente. O processo de saída de dólares havia começado meses antes, devido à tensão em torno do que seria o governo Lula.

Quando o governo assumiu, iniciamos no BC um processo de controle da inflação, que depois envolveu aperfeiçoamentos na área de crédito e abriu a possibilidade de aproveitarmos o aumento das exportações para acumular reservas. Quando deixei a presidência do BC, em 2010, o Brasil tinha US$ 288 bilhões em reservas internacionais. É talvez um dos mais importantes ativos do País.

Para entender a importância disso, basta pensar na crise de 2015/16, quando o PIB caiu mais de 5% de junho de 2015 a maio de 2016. A situação era grave, mas era uma crise de raízes fiscais, ou seja, causada por excesso de gastos. Resolve-se isso como em 2016, com a retomada do controle dos gastos públicos. Não ter dólares para pagar importações e cumprir compromissos é um problema mais grave.

Um país com reservas robustas não cai no descrédito porque o mercado sabe que o Banco Central poderá usá-las. Foi o que fizemos na crise de 2008: quando o mercado de crédito se fechou, anunciamos que o BC emprestaria reservas suficientes para substituir os bancos internacionais durante um ano. Além disso, venderia até US$ 50 bilhões de dólares no mercado de dólares para entrega futura, o que permitiu às empresas quitarem seus compromissos. A crise passou. Sem reservas, a Argentina não tem esse recurso à mão.

Brasil tem hoje US$ 342 bilhões em reservas, ante US$ 27 bilhões da Argentina

O Estado de S. Paulo.18 Setembro de 2023
Por: Henrique Meirelles EX-PRESIDENTE DO BC E EX-MINISTRO DA FAZENDA

VÍRUS DE CELULAR DESVIA PIX E LIMPA CONTA BANCÁRIA; SAIBA COMO EVITÁ-LO

Um vírus de celular capaz de desviar dinheiro via Pix vem crescendo no Brasil, segundo a empresa de cibersegurança Kaspersky.

O programa malicioso responde por 1.385 registros de golpes em 2023, de acordo com o levantamento feito a pedido da A liderança nos países latino-americanos é dos vírus da família Banbra, usados em acesso remoto a celulares na mão fantasma, com 2.039 ocorrências.

Na fraude do Pix, criminosos conseguem trocar o destinatário e o valor da transferência. O programa malicioso (malware) trabalha antes da solicitação da senha —os poucos indícios são tremedeira na tela e lentidão para carregar. Os estelionatários levam até 95% do saldo da conta.

Para infectar os celulares, os crackers —hackers voltados a atividades criminosas— usam notificações e aplicativos falsos. Em um dos episódios, por exemplo, o golpe começava com o anúncio de uma atualização do WhatsApp.Quem baixava a “Atualização Whats App v2.5” ficava com o aparelho celular comprometido. O app foi retirado do ar da Google Play, após aviso da Kaspersky.

O analista sênior de segurança Fabio Marenghi afirma que mantém contato constante com a empresa responsável pelo sistema operacional do Android. O modo de operação foi apresentado na Conferência Latino-Americana de Cibersegurança da Kaspersky, realizada na Costa Rica.

Em nota, o Google afirma que segurança na sua loja de aplicativos é uma prioridade.

Também existe vírus para dispositivos da Apple, mas é menos comum. Para se prevenir, deve-se suspeitar de qualquer notificação que peça “acesso às opções de acessibilidade”. Isso vale tanto para solicitações do navegador quanto de aplicativos, diz Marenghi. Após realizar a fraude, o programa se desinstala.

Folha de S.Paulo, 18 Setembro de 2023
San José – Jornalista viajou a convite da Kaspersky

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