ABRATES: Abertas as inscrições para o 1º Curso sobre Tecnologia de Armazenamento de Sementes e Grãos de Soja. Estão abertas as inscrições para o I Curso sobre Tecnologia de Armazenamento de Sementes e Grãos de Soja, que será realizado de 5 a 9 de agosto, no Núcleo de Tecnologia de Sementes e Grãos da Embrapa Soja, em Londrina (PR). O curso, que oferece 35 vagas, apresenta uma programação diversificada e práticas de amostragem, com inscrições abertas até 2 de agosto. (OCEPAR)

O Pix e as fraudes
Em 2023 houve 2,56 milhões de pedidos de devolução por suspeitas fraudulentas via Pix. O atendimento desses pedidos só chegou a 32%. Neste ano, dos mais de 2 milhões de pedidos feitos até junho, cerca de 1,36 milhão foi rejeitado.Apesar disso, o BC vem avançando na agenda evolutiva desse campo. Anunciou para fevereiro de 2025 o início do pagamento via Pix por aproximação, por meio das carteiras digitais (wallets). Também vem trabalhando no desenvolvimento do “Pix Garantido”, que possibilitará o parcelamento no sistema de pagamentos.Na última quarta-feira, o BC anunciou o vazamento de quase 40 mil dados cadastrais de chaves Pix. É o sexto incidente dessa natureza só neste ano. Por aí se vê que criminosos e aproveitadores vêm aperfeiçoando suas técnicas.O Mecanismo Especial de Devolução (MED), criado para rever as devoluções em caso de fraudes via Pix, é falho. Rastreia o dinheiro surrupiado pelos golpes apenas até a primeira conta para a qual os recursos foram transferidos. E, no entanto, esse dinheiro é enviado rapidamente para outras contas laranjas em diferentes instituições financeiras. As vítimas arcam com o preju e os bancos e o BC não passam das desculpas e do lero-lero.Como relata Walter Faria, diretor da Febraban, foi encaminhada proposta de alteração do MED de maneira a bloquear em cadeia as contas envolvidas nas fraudes e melhorar a devolução desses recursos. “A ideia é a de que o rastreio vá ao máximo de camadas para evitar o sucesso do golpe. Para isso será necessária agilidade de comunicação entre os agentes e aperfeiçoamento sistêmico, porque, em média, em sete minutos os golpistas transferem os recursos.” Ainda em fase de discussão, essa solução, se vingar, estará disponível entre dois e três anos… (Estado)

Brasil terá pico de população em 2042, com 219,28 milhões
Relatório projeta que idosos representarão 1/3 no País até o fim deste século; no mundo, pico populacional deve ocorrer em 60 anos, com 10,3 bilhões de habitantes… (Estado)

Lei que veta expor cão e gato à venda em vitrine é sancionada
Legislação define regras para comércio, criação e exposição de pets; filhote só poderá ser vendido castrado, após 4 meses de vida… (Estado)

Influência da JBS foi tema nas negociações sobre a isenção da carne na reforma
Proximidade da empresa com governo virou munição a críticos e foi tema de conversa a portas fechadas entre Lira e a oposição. A JBS, empresa de proteína animal dos irmãos Batista, mobilizou e quase alterou o resultado da regulamentação da reforma tributária na Câmara – que, por pouco, não deixou as carnes fora da cesta básica com imposto zero. A proximidade da “JBS com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, virou munição de críticos durante o debate e foi assunto de uma conversa a portas fechadas, entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL) e a oposição. (Estado)

Gastança com bancos públicos
Desenvolvimentismo lulopetista estimula empréstimos a municípios e, de novo, ignora riscos. Avolta da política econômica desenvolvimentista ameaça, além das contas da União, os caixas dos municípios Brasil afora. Com o ímpeto do presidente Lula da Silva de promover o crescimento econômico com o estímulo do Estado, bancos públicos seguem sua cartilha e abrem os cofres para financiar projetos de infraestrutura de prefeituras. Em outras palavras, vêm aí mais gastança e endividamento… (Estado)

“MEU PIRÃO PRIMEIRO” O LOBBY TRIBUTÁRIO
Isenção a carnes na tributária gera maior imposto do mundo
A inclusão das carnes na cesta básica nacional, que será isenta, eleva a 27,2% a alíquota de impostos previstos pela reforma tributária, aponta simulação do Banco Mundial. Assim, o Brasil terá o maior IVA (Imposto sobre Valor Agregado) do mundo.Hoje, a Hungria possui a maior alíquota, 27%. O projeto de regulamentação da reforma aprovado pela Câmara prevê trava de 26,5% para a tributação, mas concessões, como a isenção às carnes, inviabilizam o cumprimento da regra. Minérios, petróleo, medicamentos, carnes, salmão, atum, pão de forma, extrato de tomate, sal, insumos agropecuários, suco natural, produtores rurais, bares e restaurantes, cooperativas, óleo de milho, aveia, farinha, planos de saúde e de previdência privada, transporte regional, Zona Franca de Manaus, construção civil e setor imobiliário receberam benefícios na reta final da votação.Eles compõem uma extensa lista de produtos e setores contemplados pela força dos lobbies que tomaram conta dos corredores da Câmara e até mesmo do plenário da Casa desde os dias que antecederam a votação até seu ápice na quarta-feira (10). Lira, que havia chamado a isenção das carnes de “insanidade” a interlocutores, acabou cedendo para não ser derrotado. Momentos antes de o tema ser discutido em plenário, um grupo de líderes partidários se dirigiu ao presidente da Câmara e, em uma conversa ao pé do ouvido, trataram de convencê-lo a recuar sob o argumento de que havia votos suficientes para aprovar a inclusão das carnes… (Folha)

O ESTADO DE S.PAULO

  • Manchete: Partidos rivais se unem em autoperdão de mais R$ 20 bi em multas
  • PF apura movimentação de capital de R$ 42 milhões de ex-CEO da Americanas
  • Inflação menor reforça aposta de corte de juros
  • Varejo tem alta de 1,2% em maio e supera estimativas
  • Para Haddad, carne na cesta básica é ‘vitória’ de Lula
  • Governo deve retirar caráter de urgência de tramitação no Senado
  • Influência da JBS foi tema nas negociações sobre a isenção da carne na reforma
  • Nº de brasileiros deve cair para 163,3 mi em 2100
  • Ápice da população do Brasil será em 2042 com 219,28 milhões, diz ONU
  • Concessões podem pôr IVA acima de 27%
  • Gastança com bancos públicos
  • Celso Ming: O Pix e as fraudes

FOLHA DE S.PAULO

  • Câmara aprova lei do hidrogênio verde com R$ 18 bi em incentivos
  • Varejo no RS cresce em maio com corrida ao mercado e doações
  • IBGE reduz projeção para safra de 2024 e fala em problemas climáticos piores que os imaginados
  • MP pede ao TCU suspensão de acordo entre governo e Âmbar
  • Bolsa e dólar sobem com inflação dos EUA e tributária no radar
  • Senado resiste a alta da CSLL e sugere taxar setor financeiro
  • Votação a jato e força dos lobbies na reforma tributária deixam ajustes para o Senado
  • Haddad comemora com primeira-dama inclusão de item
  • Presença de carne na cesta básica gera maior imposto do mundo, “quem vai pagar o almoço?”
  • Campanha admite caminho estreito para vitória contra Trump
  • Biden reafirma candidatura, mas volta a confundir nomes

VALOR ECONÔMICO

Mundo está fora da rota em renováveis
Em 2023 registrou-se um aumento sem precedentes, de 14%, na capacidade das energias renováveis, um salto sobre a taxa anual de 10% verificada entre 2017 e 2023

AIE reduz previsão de demanda e aumenta projeção de produção de petróleo para 2025
Agência cortou suas projeções para o crescimento da demanda por petróleo no próximo ano para 980 mil barris por dia, ante 1 milhão de barris por dia anteriormente

Risco maior no campo eleva spreads e custos do Plano Safra 2024/25
Instituições que operam recursos subsidiados elevaram seus spreads, o que impediu corte de juros para financiamento das lavouras

Colheita de grãos deverá somar quase 300 milhões de toneladas, prevê Conab
Em seu último levantamento, estatal elevou projeção para produção de milho de segunda safra e arroz

Real perde fôlego e sofre correção em dia de força do iene
Rumores em torno de suposta intervenção no mercado de câmbio no Japão afetaram moedas beneficiadas por estratégia de “carry-trade”, que leva em conta diferencial de juros elevado

BCs alertam para risco com dívida soberana
Autoridades temem que nível insustentável possa elevar custo de crédito em ano de eleição

STJ reconhece relação civil e autoriza a exclusão de motorista de aplicativo
Decisão da 3ª Turma é a primeira manifestação da Corte sobre o assunto da qual se tem notícia

Fazenda e Senado discutem gatilhos para garantir teto de 26,5% do novo IVA
Em debate, a criação de um programa para definir uma hierarquia entre as medidas a serem adotadas para reduzir a taxa, se ela superar o limite máximo

Deflação nos EUA derruba previsão para os juros
O índice de preços ao consumidor (CPI) caiu 0,1% em junho ante maio, quando a expectativa era de alta de 0,1%; o dado mais fraco elevou o potencial de mais cortes nos juros pelo banco central americano

Recuperação de bônus a executivos ganha força
País não tem legislação que estabeleça a obrigatoriedade da política de “clawback”, mas companhias brasileiras que têm recibos de ações listados no mercado dos EUA já dispõem de regras desse tipo

Sob pressão, Biden rejeita desistência
Apesar de falhas recorrentes de memória e episódios de confusão que preocupam aliados e doadores de campanha, presidente americano dá sinais de que pretende continuar na disputa pela reeleição. Em meio à pressão, Biden chama Zelensky de Putin e Kamala Harris de Trump. Durante a sessão de perguntas, o presidente americano exibiu episódios de confusão, o que tem preocupado seus aliados e doadores de campanha

Câmara aprova perdão a dívidas e multas de partidos
PEC da Anistia ainda permite às legendas parcelarem seus débitos com isenção de juros ou multas e estipula em 30% o repasse mínimo de verbas para candidaturas de negros

Brasil eleva importação da Rússia com compras de diesel e fertilizantes
Ampliação das compras de combustível faz país ultrapassar EUA, Alemanha e Reino Unido como principais clientes russos

Câmara aprova PEC que anistia partidos de multas por descumprir regras eleitorais
Proposta ainda cria programa de refinanciamento de dívidas dos partidos

Senado adota cautela sobre regulamentação da reforma tributária e avalia tirar urgência
Votação do projeto que regulamenta reforma tributária pode ficar para 2025, diz Braga

A trava de 26,5% e a incrível dificuldade que o Congresso tem de dizer “não”
No morde-e-assopra da reforma tributária, Câmara assopra e consumidor sofre a mordida de lobbies poderosos

Jornal Imparcial
GAZETA DO POVO

  • Deputados aprovam anistia a partidos.
  • PF aponta suposto esquema na Abin
  • O perde e ganha da reforma tributária
  • Flábio Bolsonaro diz ser “vítima de criminosos” e enga associação com “Abin paralela”
  • Moraes dá 48h para PF se manifestar sobre uso do celular de Filipe Martins
  • 4 mil condenados não voltaram da “saidinha”,a e CNJ acha que foi pouco
  • Biden comete nova gafe e chama Kamala de Trump, mas reitera que não vai desistir da campanha
  • Discurso populista é o último refúgio para Lula recuperar popularidade
  • Funcionários da Abin criticam o uso do termo “Abin paralela”
  • Reforma tributária pressiona motoristas e entregadores de aplicativos para formalização no MEI
  • Como a instabilidade política na França pode afetar a UE
  • Como cada deputado votou na aprovação da PEC da Anistia
  • Biden chama Zelensky de Putin na cúpula da OTAN
  • Os totalitarismos como “religiões políticas”
  • Bancada da segurança comemora retirada das armas do “imposto do pecado”
  • ONG pede que FMI e Banco Mundial cancelem financiamento à Nicarágua
  • PEC da Anistia: Câmara aprova proposta que livra partidos de multas por descumprimento de cotas
  • Nova renegociação de dívidas estaduais só é boa para gastadores e estatizantes
  • Sem prefeitura, Pollon pode seguir passos de Salles e deixar PL
  • Joe Biden sempre foi um mentiroso
  • Haddad diz que isenção da carne é “vitória” de Lula e Janja celebra pets na reforma
  • Cadê o dinheiro do RS?
  • Reforma tributária: líderes do Senado pedem retirada de urgência
  • Consolidação da direita em Santa Catarina atrai jovens que fortalecem os partidos

INFORMATIVO COOPERATIVO DO PARANÁ

SAFRA 2024/25: Lideranças cooperativistas reivindicam mudança no enquadramento de acesso ao Pronaf, em reunião no Ministério da Fazenda
Lderanças cooperativistas estiveram reunidas com o subsecretário de Política Agrícola e Negócios Agroambientais e com o coordenador-Geral de Crédito Rural e Normas do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt e Francisco Erisma, respectivamente. O encontro ocorreu na sede do ministério, em Brasília, nesta quarta-feira (10/07).

SISTEMA FAEP/SENAR-PR: Ágide Eduardo Meneguette assume interinamente a presidência da entidade
partir desta quinta-feira (11/07), Ágide Eduardo Meneguette assume, de forma interina, a presidência do Sistema Faep/Senar-PR, em função do afastamento do presidente Ágide Meneguette, eleito no dia 29 de janeiro deste ano para o triênio 2024/27. Conforme Artigo 34 do estatuto, em caso de afastamento, o presidente pode indicar um dos seis vice-presidentes para assumir o cargo.

REFORMA TRIBUTÁRIA I: Regulamentação atende maior parte das demandas do cooperativismo
maior parte dos pleitos do cooperativismo foram contemplados no texto da regulamentação da Reforma Tributária (PLP 68/2024) aprovado pelo Plenário da Câmara dos Deputados na noite dessa quarta-feira (10/07). Foram 336 votos favoráveis e 142 contrários ao relatório apresentado pelo deputado Reginaldo Lopes. Intensas mobilizações foram feitas para alcançar as conquistas.

CONCURSO: Prêmio Queijos do Paraná terá segunda edição, com novidades
Mais uma vez, a excelência e a diversidade da produção de lácteos terão posição de destaque na segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná. A confirmação ocorreu nessa quarta-feira (10/07), na sede do Sistema Faep/Senar-PR, quando detalhes da iniciativa foram apresentados a 50 entidades públicas e privadas, que podem se tornar apoiadores da premiação.

REFORMA TRIBUTÁRIA II: Sistema OCB e OCEs unem forças para ajustes na proposta de regulamentação da matéria
Na manhã dessa quarta-feira (10/07), a sede do Sistema OCB realizou uma importante reunião com presidentes, superintendentes e gerentes de diversas Organizações Estaduais (OCEs) para discutir e avaliar o novo texto substitutivo apresentado ao Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/2024 para regulamentação da Reforma Tributária.

ABRATES: Abertas as inscrições para o 1º Curso sobre Tecnologia de Armazenamento de Sementes e Grãos de Soja
Estão abertas as inscrições para o I Curso sobre Tecnologia de Armazenamento de Sementes e Grãos de Soja, que será realizado de 5 a 9 de agosto, no Núcleo de Tecnologia de Sementes e Grãos da Embrapa Soja, em Londrina (PR). O curso, que oferece 35 vagas, apresenta uma programação diversificada e práticas de amostragem, com inscrições abertas até 2 de agosto.

CARIMBO SOMOSCOOP: Como utilizar a marca para fortalecer sua cooperativa
Uma marca forte, de fácil identificação, reconhecida pelos consumidores e que associa um produto diretamente com o cooperativismo. Esse é o carimbo SomosCoop, criado em 2019 pelo Sistema OCB para caracterizar e diferenciar os produtos do nosso modelo de negócio. De acordo com levantamento recente, uma em cada quatro cooperativas brasileiras já aderiram à marca.

CONAB: Brasil deve produzir 299,27 milhões de toneladas de grãos na safra 2023/2024
O volume da produção brasileira de grãos deverá atingir 299,27 milhões de toneladas na safra 2023/2024. O montante representa um decréscimo de 6,4% ou 20,54 milhões de toneladas a menos em relação ao ciclo anterior, porém ainda posiciona esta safra como a segunda maior já colhida no país. Os dados constam no 10º levantamento de grãos, divulgado pela Conab.

DIA C: Unimed Ponta Grossa celebra o Dia de Cooperar com diversas ações solidárias na cidade. No primeiro sábado de julho, dia 6, foi celebrado o Dia C, Dia de Cooperar. Trata-se de uma iniciativa das cooperativas que promove ações voluntárias e impacta positivamente as comunidades locais. Neste ano, a Unimed Ponta Grossa desenvolveu diversas atividades que reforçaram os valores do cooperativismo e proporcionaram momentos de alegria e solidariedade.

MATÉRIA EM DESTAQUE

Brasil, terra do lobby ideocrático

Um dos desafios da democracia é garantir que nosso peso no processo democrático seja o mesmo. Cor da pele, dinheiro e acesso ao poder não deveriam determinar que um voto valesse mais do que o outro. Mas sabemos que isso não é verdade. Grupos de interesse e o ato de se fazer lobby impactam políticas públicas.

Podemos pensar em lobby de duas formas. Primeiro, o lobby pode ser uma transferência de informação de um grupo mais informado, como uma empresa, para o governo. Essa informação pode ser útil para a condução da política econômica geral ou pode ser conflitante com o interesse público. Um bom exemplo de lobby positivo aconteceu depois da crise econômica. A regulação Dodd Frank determinou que determinados ativos deveriam se manter nos balanços dos bancos. Empresas financeiras de pequeno porte seriam particularmente prejudicadas, o que poderia reduzir o nível de competição no setor e prejudicar consumidores. Elas comunicaram isso ao governo, que reagiu melhorando a regulação.

A outra forma de lobby, talvez a mais conhecida, é o “quid pro quo”. Um grupo de interesses oferece recursos para campanha em troca de uma política que o beneficie. O conflito de interesses aqui pode ser grande, enviesando

Grupos de interesse e o ato de se fazer lobby impactam na definição de políticas públicas

decisões de políticas econômicas. Nos Estados Unidos, onde o lobby é legalizado, gastos com campanhas giram em torno de US$ 200 milhões a US$ 300 milhões por ano, enquanto custos de lobby chegam a US$ 3 bilhões ou US$ 4 bilhões por ano.

O Brasil exige mais imaginação dos cientistas políticos e economistas. Há por aqui o lobby ideocrático. Ganham acesso ao poder aquelas empresas que se identificam com a ideologia de quem governa. Usualmente, esse lobby vem camuflado de uma imagem de geração de emprego, de melhora da produtividade e do bem-estar da nação.

Se é muito difícil medir o impacto do lobby quando é legalizado, pois sempre falta algo, em lugares onde ele não é legalizado ficamos ainda mais no escuro. A teoria econômica nos diz que o lobby gera um problema de ação coletiva. Reduz a provisão de bens públicos e cria distorções alocativas. Por que essa e não aquela empresa? Por que esse e não aquele setor?

No Brasil, temos uma larga lista de empresas que possuem uma relação próxima a governos. Muitas dessas mesmas empresas possuem um histórico de acusações variadas, desde má conduta econômica até violações ambientais e de direitos humanos. Como regular essa relação entre empresas e governos?

O Estado de S. Paulo. 12 Julho 2024
Por:PROFESSORA DO INSPER, PH.D. EM ECONOMIA PELA UNIVERSIDADE DE NOVA YORK EM STONY BROOK

A questão da idade

A reforma previdenciária de 2019 foi bem rigorosa. Tome-se o caso de uma mulher que tenha começado a contribuir aos 20 anos. Antes da reforma, ela poderia se aposentar com 30 anos de contribuição, aos 50 de idade. Agora, pelo sistema de pontos (soma de idade e tempo de contribuição), ela terá que esperar até completar 100 pontos aos 60 anos de idade, com 40 de contribuição. Terá que trabalhar mais 10 anos em relação à regra anterior. Foi uma reforma, para essas pessoas, extremamente dura. É difícil apertar muito mais a regra para quem contribuiu durante tanto tempo.

Por outro lado, analisemos um caso paradigmático do sistema: o homem que se aposenta por idade. Quando se pensa em “regime de aposentadoria”, o que a maioria das pessoas tem em mente, imediatamente, é quem trabalhou muito e se aposenta aos 65 anos. O que aconteceu com esta pessoa na reforma previdenciária de Fernando Henrique Cardoso? Nada: a reforma não afetou estas pessoas. E na reforma de Lula da Silva de 2003? Nada. E na reforma de Jair Bolsonaro de 2019? Nada. O País fez três reformas previdenciárias de alguma ou grande relevância nos últimos 25 anos e nenhuma delas mexeu nas condições de quem se aposenta por idade aos 65 anos.

E o que foi que aconteceu com a expectativa de vida de quem se aposenta nesta idade? Em 1988, ano de aprovação da (na época) “Nova Constituição”, ela tinha uma longevidade adicional de mais 13 anos, até os 78 anos, em média. Agora, ela aumentou para 17 anos, dada a expectativa de viver até os 82.

Suponha o leitor que ao longo da sua vida profissional um casal fez um fundo para sustentar a educação do filho numa universidade privada e que, por alguma reforma curricular, a faculdade informe no primeiro dia de aula que, em vez de o curso durar quatro anos, durará seis. O fundo que tinha previsto para “bancar” a educação do filho em 48 meses agora terá que durar 72. Alguma coisa os pais vão fazer, não? É ilusório pensar que o governo não vá se guiar por um raciocínio com alguma analogia com esta situação: se uma despesa se prolonga muito mais do que o previsto, alguma providência precisa ser tomada.

Com este fim pedagógico, com Luis Afonso e Rodrigo Souza Silva, publicamos A reforma da idade de aposentadoria (Texto para Discussão 17, Ibre/FGV, www.portalibre.fgv.br), visando a dar o pontapé inicial de uma discussão que, em algum momento, será inevitável para elevar a exigência de quem se aposenta por idade para 67 anos. Será um longo debate, mas ele é necessário.

País fez três reformas previdenciárias nos últimos 25 anos e nenhuma mexeu nas condições de quem se aposenta aos 65 anos

O Estado de S. Paulo.12 Jul 2024

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