Mercado de consumo exclui idosos por etarismo no Brasil

Preconceito com idade torna mais velhos invisíveis, seja como consumidores, seja como profissionais. Embora registre aumento de sua população idosa, o Brasil vê o preconceito excluir pessoas com mais de 60 anos do mercado, se já como consumidores ou profissionais. Há barreiras para financiar imóveis e contratar planos de saúde, entre outros serviços. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 1970, 5,1% da população tinha 60 anos ou mais, faixa etária considerada idosa. Hoje, essa fatia triplicou no país e corresponde a 15,6% do total, ou 33,7 milhões de brasileiros. (Folha)

Mercadante minimiza calotes e defende BNDES turbinado
Presidente do banco de fomento diz que não há motivo para ‘nhenhenhém’. O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, minimizou neste sábado (14) a inadimplência de países como a Venezuela, entre outros que não tem, em nenhum país do mundo credibilidade financeira para empréstimos. (Folha) NOTA: Estamos assistindo a céu aberto e aos olhos do mundo, “mãos ao alto, isto é um assalto”, as divisas brasileiras caindo no ralo sem retorno. E vamos ao que falta? Enquanto isso, o governo federal enviou uma consulta ao Tribunal de Contas da União para não ter que aplicar o valor mínimo de investimento em Saúde, já precária. Segurança, alguém ai se sente seguro, com traficantes sendo libertos, ladrões que levam 21 metralhadoras de arsenal do Exército em Barueri e fica por isso mesmo, aumento da letalidade de policiais em benefícios de bandidos e assassinatos, e o que é pior, cidadão de bem sendo preso por tentar se defender. Sem contar o número de gerações do PT, os “nem nem”, e a falta de mão de obra qualificada com uma educação precária. Se vamos defender um “Estado” lotado e “grande”, ao que parece é pior do que o mínimo, com todo este cenário de se extrair do interesse nacional. É pouco? Tem mais que vem por ai, Haddad e Dilma assinam contrato e Brasil vai obter empréstimo com “banco dos Brics”, é como se o bandido usasse seu cartão de crédito a vontade, e ainda te deixasse, depois de ser assaltado, endividado. Você acreditou? Agora dá seu braço pra tirar todo o seu sangue, é uma morte lenta, que aos poucos vai sentindo cãibras, até secar seu corpo e toda a sua vida se esvai na veia. Lembrando, Lula não prometeu ou apresentou projeto algum na fase eleitoral, já sabia que tomaria o poder. (Folha)

Empresas adotam ‘selo’ que indica contratação de idosos
Iniciativa reconhece companhias que valorizam candidatos com mais de 50.Coletivo Trabalho 60+, de São Paulo, que incentiva e propaga ações cidadãs para a valorização do idoso. A filial brasileira da multinacional francesa de medicamentos Sanofi se tornou, neste ano, a primeira empresa no país a receber o selo age-friendly (“amigável à idade”, em inglês) (Folha)

Redes regionais barram entrada de gigantes do varejo em Estados
Com a vantagem do conhecimento das preferências dos consumidores locais, varejistas regionais alcançam faturamentos bilionários e viram alvo de aquisições. Das 300 maiores empresas em faturamento do País, 139 são fortes localmente e operam em apenas um Estado. O varejo brasileiro é regional. Quase a metade (46%) das 300 maiores empresas em faturamento do País – ou 139 companhias – operam em apenas um Estado. São redes varejistas muito fortes localmente e que têm como um dos seus grandes ativos conhecer as preferências do consumidor. Muitas vendem mais de R$ 1 bilhão por ano. A lição que fica, segundo o consultor, é que conhecer as preferências do consumidor local é muito mais importante para conquistar o mercado brasileiro do que ser uma grande companhia internacional ou uma gigante nacional. E, nisso, o varejo regional é craque. A rede Supermercados BH, de Minas Gerais, faturou mais de R$ 14 bilhões no ano passado. Longe dos holofotes dos grandes centros, as redes regionais bem administradas, as joias da coroa do varejo brasileiro, conhecem os hábitos de consumo da população local. Por isso, viraram alvo de aquisições de gestoras de investimento. MUITAS POSSIBILIDADES. Ele diz que há um universo muito grande de companhias regionais que podem ser alvo de futuras compras da gestora. O Vigor Força do agronegócio em cidades do interior melhorou condições de consumo da população local grande diferencial das redes regionais, na sua opinião, é o olhar do empreendedor local, que conhece os hábitos dos clientes. Além disso, a força do agronegócio em cidades do interior das regiões Sul e Sudeste do País tem propiciado boas condições de consumo à população local e de desempenho dessas redes. (Estado)

Sem água, no esgoto, sem futuro
Depois do morticínio, não se sabe que governo Gaza terá. Quase 90% da água de Gaza vem de poços. Cerca de 3% vem de usinas de dessalinização; quase 7% é importada da empresa de água de Israel. (Folha)
NOTA: A paz seria a lógica, numa parceria das potencialidades de um e do outro lado, porque somos melhores, quando investimos em nossa potencialidades, é da natureza dos povos a sua cultura de criar e sempre inovar, e se deve valorizar. Ambos perdem, é lamentável quando o ódio, ressentimento, inveja, vingança palestina, deixa de se beneficiar do que Israel poderia oferecer, assim como as esquerdas radicais no mundo, perdem o que da direita tem a oferecer.

Clima extremo já reduz safra e lucro em potências do agro
Pesquisa com 800 fazendeiros de oito potência agropecuária, incluindo o Brasil, revela que 71% já sentem impactos das mudanças climáticas, como secas, enchentes e pragas na produtividade e no lucro. (O Globo)

O ESTADO DE S.PAULO

  • Gasolina no Brasil está mais cara do que no exterior
  • Redes regionais barram entrada de gigantes do varejo em Estados
  • Alimentação fora de casa sobre bem acima da inflação
  • Fusões e aquisições caíram 11% no terceiro trimestre
  • Com alta do juro nos EUA, mais empresas recompram títulos de dívida no exterior
  • Operações melhoram passivo
  • Oportunidade não estava no radar
  • Previsão aleatória vira onda nos EUA
  • no epicentro das queimadas, produtores têm prejuízos e pedem ajuda contra fogo
  • Municípios do Amazonas está sem aula e com hospital no limite
  • Classes A e B valorizam menos carreira docente, diz pesquisa
  • Professor formado a distância
  • Aposentar-se pode ser bom ou ruim para saúde. Questão é como se planejar
  • Esquerda anti-Israel precisa se reciclar e olhar pra si mesma
  • Fundamental no PIB de Israel, setor de startups vai à guerra
  • Presidente Lula dá bênção para os assassinos do Hamas
  • Desaparecem 21 metralhadoras de comando militar
  • A caça da Direita: TRE intima Moro a depor em ação que mira mandato
  • Queixa com relação a pedido online e entrega
  • Brasileiros conseguem deixar o norte de Gaza
  • Palestinos sem água, luz e comida lotam sul de Gaza; Hamas barra fuga em massa
  • Pacheco defende limitação de acesso ao STF; Gilmar Mendes reage
  • É preciso revalorizar a globalização

FOLHA DE S.PAULO

  • Ladrões levam 21 metralhadoras de arsenal do Exército em Barueri
  • A caça da Direita: 55 candidatos a Conselho Tutelar de São Paulo são impugnados
  • Letalidade policial cresceu em estados governados por hoje ministros de Lula
  • Emenda turbina ‘indústria do carro-pipa’, e doação sob critérios políticos avança
  • Garimpo rouba roça, água e saúde dos mundurukus
  • Brasil propõe na ONU condenar ataques terroristas do Hamas

O GLOBO

  • ‘Secas têm impacto muito mais negativo’
  • Brasileiros aguardam autorização para sair pelo Egito
  • Israel anuncia incursão por ‘terra, ar e mar’ a Gaza
  • Alterações no campo: Fazendeiros já sentem os efeitos da mudança climática na terra e no bolso

GAZETA DO POVO

  • Estados Unidos anunciam envio de segundo porta-aviões nuclear ao Mediterrâneo para proteger Israel
  • Frustrado na ONU, Lula articula com presidente do Egito resgate de brasileiros na Faixa de Gaza
  • Vazão cinco vezes superior das Cataratas do Iguaçu impede acesso à passarela
  • Neonazista e anticristã: a história da seita extremista alemã que doutrinava crianças
  • Por que as deputadas feministas esquerdistas deveriam ler os estudos do Nobel de Economia
  • “Dançar a música dos outros” na transição energética pode custar caro ao Brasil
  • “Lava Jato de Santa Catarina” tem 16 prefeitos presos e expõe corrupção sistêmica da esquerda
  • A diferença entre a reação legítima e o crime de guerra
  • Escalada da guerra pode mobilizar combatentes estrangeiros como apoio armado na Faixa de Gaza
  • Israel anuncia ofensiva abrangente contra o Hamas com ênfase em operações terrestres
  • Governo francês dissolverá associações que apoiam o Hamas
  • Lira condena ataques terroristas contra Israel durante encontro na Índia
  • Estação Gare de Lyon, em Paris, também é evacuada devido à ameaça de ataque
  • O Hamas e a nossa crise moral
  • O futuro do diálogo entre ciência e fé na América Latina
  • Sob bombardeio, caótica retirada de Gaza continua após fim de prazo dado por Israel
  • Haddad diz que depende do Congresso aprovar pacote para ter déficit zero e redução de juros e com isso a alta da inflação, o único ingrediente do PT para destruir o Brasil
  • Governo federal prepara novo voo de repatriação de brasileiros
  • As origens do atual conflito no Oriente Médio: a onda antissionista
  • Discurso de ódio contra judeus e islâmicos, que inundou redes sociais, é crime para o STF, que promete regular as redes sociais no Brasil, sem esperar mais a decisão do legislativo, que se reteve em rejeição nacional.

MATÉRIA EM FOCO

Mercado de consumo exclui idosos por etarismo no Brasil

Preconceito com idade torna mais velhos invisíveis, seja como consumidores, seja como profissionais. Embora registre aumento de sua população idosa, o Brasil vê o preconceito excluir pessoas com mais de 60 anos do mercado, se já como consumidores ou profissionais. Há barreiras para financiar imóveis e contratar planos de saúde, entre outros serviços.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 1970, 5,1% da população tinha 60 anos ou mais, faixa etária considerada idosa. Hoje, essa fatia triplicou no país e corresponde a 15,6% do total, ou 33,7 milhões de brasileiros.

O neurologista Paulo Bertolucci, 68, decidiu trocar de carro no ano passado. O médico, professor titular de neurologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), foi com o filho a uma concessionária em São Paulo.

Durante todo o tempo que permaneceu no local, foi solenemente ignorado pelo vendedor, que só se dirigia ao filho de Bertolucci. O filho fez questão de esclarecer, por três vezes, que o carro era para o pai, não para ele. Nada adiantou. “Eu fiquei de lado, incomodado, porque, afinal, o comprador era eu”, afirmou Bertolucci, que dividiu sua experiência nas redes sociais.

“De vez em quando, o vendedor fazia uma gracinha me envolvendo, como quando eu resolvi uma conta simples de cabeça e ele comentou com meu filho: ‘Olha, como ele está bom de cálculo!’”, disse. “Isso me lembrou quando você lida com alguém com deficiência intelectual e ache, erroneamente, que qualquer coisa que aquela pessoa faça merece um destaque efusivo.”

Depois de fechar o negócio, o carro de Bertolucci ficou na concessionária e o vendedor deu uma carona a ele e ao filho até em casa. Bertolucci foi na frente, explicando o caminho, mas a qualquer orientação, como “vire à direita”, “siga em frente”, o vendedor olhava para trás, para o filho do médico, a fim de se certificar de que o trajeto era aquele.

“Houve uma época em que o idoso era considerado alguém que acumulou experiências e por isso tinha a capacidade de decidir pelo grupo”, disse Bertolucci à Folha. “Mas a cultura da juventude começou a ser enaltecida, o que excluiu o idoso, que passou a ser tratado como incapaz, o que não é verdade na maioria dos casos”, disse ele.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o etarismo ocorre quando a idade é usada para categorizar e dividir as pessoas de maneira a causar prejuízo, desvantagem e injustiça, e para arruinar a solidariedade entre gerações.

O termo etarismo, ou idadismo (em inglês, ageism), foi criado em 1969 por Robert Butler, um gerontólogo americano que foi o primeiro diretor do Instituto Nacional do Envelhecimento nos EUA.

O Brasil tem ficado cada vez mais velho. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 1970, 5,1% da população tinha 60 anos ou mais, faixa etária considerada idosa, de acordo com a lei brasileira. Hoje, essa fatia triplicou e corresponde a 15,6% do total, ou 33,7 milhões de pessoas —um contingente ligeiramente maior que o dos jovens de 20 a 29 anos, que somam 33,5 milhões.

Na outra ponta, as crianças de 0 a 14 anos hoje representam 20,3% da população. Em 1970, elas somavam 42%. Em 2022, a OMS lançou a Campanha Mundial de Combate ao Idadismo, com base em levantamento, feito com mais de 83 mil pessoas de 57 países, que apontou que pelo menos uma em cada duas pessoas adotam atitudes preconceituosas em relação à idade.

“A sociedade tem evoluído em relação aos direitos das pessoas negras ou homossexuais, e ninguém acha mais graça nas piadas envolvendo esses públicos”, disse Gisela Castro, professora da pós-graduação em Comunicação e Práticas de Consumo da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing). “Mas muita gente ainda acha graça em piadas envolvendo velhos. É preciso discutir o porquê de a juventude ser o padrão da sociedade, quando vemos que a sociedade tem se tornado mais velha”, afirmou.

Para Gisela, as pessoas são cobradas a se mostrarem jovens para sempre. “A juventude passou a ser um valor, é preciso exibir um corpo malhado e ser digitalmente fluente em qualquer idade”, disse. “O ‘envelhecer bem’ agora significa atingir um padrão draconiano de virilidade e beleza. As pessoas perderam o direito a envelhecer.”

Em uma cultura hostil ao envelhecimento, é natural vender creme antirrugas para jovens de 20 anos e a considerar quem tem 60 anos ou mais obsoleto e, portanto, incapaz, disse a professora.

“Você vai se tornando invisível ou um fardo, porque não acompanha os mais jovens nos seus gostos, hábitos e aparência. Os mais jovens não falam mais com os mais velhos, a troca intergeracional deixou de existir nas famílias e nas empresas”, afirmou.

No mercado de consumo, o setor financeiro talvez seja o mais hostil aos mais velhos, segundo Gisela. “Os bancos digitalizaram as suas operações de uma hora para a outra, sem oferecer opção aos idosos”, disse. “Os caixas eletrônicos exigem uma destreza nos movimentos que muitos não têm, o que os tornam reféns de atendentes ou gerentes muitas vezes desqualificados, que já não são os tradicionais e conhecidos gerentes de contas, que atravessavam anos ou décadas no banco. Agora, não raro, essa função é ocupada por jovens sem paciência ou empatia.”

Foi o que aconteceu com a revisora Glória Maria Cordovani, 73. Professora aposentada de história da arte e literatura, ela precisou fazer um cadastro biométrico no seu banco. Estava com dificuldades de entender as instruções da gerente da conta, que ela mal conhecia. “Era para colocar a palma da minha mão no leitor óptico, mas, como ela me explicava, me deixava confusa, eu não estava conseguindo”, afirmou. “Até que ela disse: ‘Sai, sai, sai, vou atender outro. Depois a senhora aprende’.” Glória ficou a manhã inteira no banco. “Saí de lá tão desagradada, que acabei encerrando a conta, depois de mais de dez anos como cliente”, contou.

Quem também ficou arrasada com o tratamento recebido em um banco foi a empresária Etel Kublikowski, 68. O apartamento em que ela morava de aluguel foi solicitado pelo proprietário neste ano. “Decidi vender um imóvel que recebi de herança e usar a metade do valor para comprar um apartamento. A outra metade iria investir”, disse ela, dona de uma fabricante de acessórios para decoração. “Em um imóvel de R$ 830 mil, eu daria R$ 400 mil de entrada e financiaria o resto. Mas o banco só me permitiu financiar R$ 149 mil por conta da minha idade. Eu disse que trabalhava, era ativa, poderia comprovar minha renda, compatível com o financiamento”, lembrou.

Mas nada adiantou. O banco sugeriu que ela colocasse o imóvel no nome da filha. “Mas o imóvel era meu”, afirmou. “Trabalhei desde os 16 anos, abri empresa aos 53, paguei todos os impostos, e eles acham que eu não vou viver o suficiente para quitar? Foi um dos piores dias da minha vida, nunca me senti tão insultada”, disse ela, dona da Tekart’s Laços e Soluções, que tem como fornecedoras mulheres com mais de 50 anos.

Gisela Castro enfrentou um problema semelhante. Mas, no caso da professora da ESPM, ela entraria na compra de um apartamento da filha apenas para compor renda –uma vez que possuía renda maior. “Mas o banco disse à minha filha que, se eu entrasse no financiamento, o juro iria disparar”, contou. “Qual é a lógica? Estou em um momento da vida em que conquistei a estabilidade financeira. E sou penalizada por isso?”

Questionada pela a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) afirmou que as instituições financeiras “seguem as políticas definidas pelo Banco Central para oferta de crédito a todo o tipo de público”. E que os bancos têm “governança interna, na qual são analisadas condições de mercado e perfil do cliente que solicita o crédito”.

Segundo a entidade, “são considerados diversos aspectos para a concessão de crédito, o que pode levar ao não atendimento de crédito em alguns casos. Em outros, existe o direcionamento para linhas de crédito mais adequadas.”

O segmento de seguros é outro que costuma penalizar os consumidores pela idade. Quanto mais velho o condutor de um veículo, mais caro o seguro. Na saúde, quanto mais velho o cliente fica, mais caro ele paga pelo plano.

Etel Kublikowski relatou uma experiência ruim. Ela contou que tinha um plano em uma grande companhia, mas precisou migrar após a mensalidade subir bruscamente ao completar 60 anos.

Na nova empresa, ela disse que o valor praticamente dobrou quando chegou aos 65, sendo obrigada a migrar de novo. “Mas não sou bem atendida lá, me sinto picotada: cada médico fala da sua especialidade e ninguém me vê por inteiro”, afirmou.

Procurada pela , Fenasaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), representante das principais operadoras de planos de saúde do país, disse que o valor mais alto do plano de saúde para idosos é “natural, visto que a frequência de utilização a partir dos 60 anos aumenta consideravelmente”.

“Em alguns casos, as despesas assistenciais dos beneficiários idosos chegam a ser o dobro da registrada nas faixas etárias anteriores. Beneficiários mais jovens financiam parte desse custo, permitindo assim que todos permaneçam no sistema —o chamado pacto intergeracional.” Na opinião de Jaime Troiano, presidente da consultoria em gestão de marcas Troiano Branding, existe uma miopia generalizada no mercado de consumo envolvendo quem tem mais de 60 anos. “São consumidores na maioria das vezes muito bem resolvidos financeiramente, e se mostram muito menos voláteis no consumo de marcas em relação às gerações mais novas”, disse Troiano, ele próprio um consumidor de 74 anos, fã de música clássica, esportes e cinema, que aprendeu a selecionar lugares onde se sente acolhido.

Para ele, boa parte deste comportamento da indústria de consumo e serviços está relacionado ao perfil das agências de propaganda e dos departamentos de marketing das empresas. “São apenas jovens trabalhando nestas áreas, não existe diversidade. É natural que eles encarem o mundo a partir do próprio umbigo, não consigam enxergar quem tem uma idade, experiência e história de vida diferente das que eles têm”.

Segundo Troiano, na Europa, onde o envelhecimento do consumidor é uma realidade há muito mais tempo, a atenção dada ao idoso é diferente. “Redes varejistas como a Tesco e a Boots, de Londres, por exemplo, têm um atendimento muito mais cuidadoso, assim como gente mais madura trabalhando nas lojas”, afirmou.

Para o jornalista Ricardo Mucci, 70, dono da produtora Umana Media House, o mercado de consumo no Brasil parou no público de 40 anos. “Não tem produto para consumidor sênior no país”, disse. “A garrafa pet, por exemplo, não é ergonômica para este público. Se eu quero uma camisa ou uma cueca mais folgada, não encontro.”

Da mesma maneira, não existem cursos de idiomas que falem com esta faixa etária de um jeito diferente de quem tem 15 ou 20 anos, afirmou.“As empresas poderiam pensar em novas soluções, como uma bengala com Wi-fi, por exemplo. Ou mesmo coisas simples, como cadeiras de rodas e muletas que não sejam feias”, disse Mucci, que integra o Conselho Municipal de Direitos da Pessoa Idosa de São Paulo.

Mucci mantém um canal de entrevistas no Instagram, o Muccipliq, em que discute longevidade. Lá, procura derrubar alguns estereótipos e preconceitos envolvendo o público com mais de 60.

Em agosto, por exemplo, entrevistou o casal Liça e Luiz, com 80 e 90 anos, respectivamente, que se conheceram há dez anos por meio de um aplicativo de relacionamentos.“O Brasil se acostumou tanto a ser um país jovem que tem dificuldades em se ver como um país que envelhece.”

Houve uma época em que o idoso era considerado alguém que acumulou experiências e por isso tinha a capacidade de decidir pelo grupo paulo Bertolucci neurologista e professor titular de neurologia da Unifesp.

O ‘envelhecer bem’ agora significa atingir um padrão draconiano de virilidade e beleza. As pessoas perderam o direito a envelhecer Gisela Castro professora da pós-graduação em Comunicação e Práticas de Consumo da ESPM

Empresas adotam ‘selo’ que indica contratação de idosos

Iniciativa reconhece companhias que valorizam candidatos com mais de 50.Coletivo Trabalho 60+, de São Paulo, que incentiva e propaga ações cidadãs para a valorização do idoso. A filial brasileira da multinacional francesa de medicamentos Sanofi se tornou, neste ano, a primeira empresa no país a receber o selo age-friendly (“amigável à idade”, em inglês) (Folha)

Folha de S.Paulo 15 Outubro de 2023
Por: Daniele Madureira

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