(Estado)
(O Estado)

Metrô era para 2014. Parada, obra exige mais R$ 2,7 bi

Linha 17-Ouro, entre Congonhas e o Morumbi, tem 80% da construção concluída; contrato foi rompido. Depois de nove anos de atraso e R$ 2,4 bilhões investidos, as obras da Linha 17-Ouro do Monotrilho estão mais uma vez paradas. Há uma semana, o contrato foi rompido. Com 80% do projeto realizado, colocá-lo em funcionamento deve custar ainda cerca de R$ 2,7 bilhões em construção civil, compra de trens e instalação de sistemas. A projeção de custos foi feita pelo Estado em março. Restam agora três opções: fazer nova licitação, convocar a terceira colocada no último certame ou repassar o contrato para a concessionária que ganhou a operação do serviço. A Linha 17-Ouro ligará o Aeroporto de Congonhas à Estação Morumbi, da Linha 9-Esmeralda da CPTM, e deveria estar em operação desde 2014. Mas só deve começar a funcionar no primeiro semestre de 2026. A linha é vista como importante por interligar de forma direta o aeroporto à rede de transporte, além de atender a um trecho populoso da zona sul. Paraisópolis, onde a linha deve passar, é a segunda maior comunidade da capital. Diante do atraso no cronograma de execução das obras, o governo do Estado e o Metrô vinham exigindo um plano de recuperação dos prazos. Em março, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) já havia adiantado o desfecho do contrato com as construtoras Coesa e KPE, iniciado em 2021, na gestão João Doria. “Vamos rescindir o contrato, vamos punir a empresa e buscar alternativas”, disse Tarcísio. (Estado)

Neoindustrialização: importante, mas como?

O tema é merecedor de um debate construtivo, mas sem repetir erros do passado, inclusive recentes.A produção industrial representa apenas 16% do PIB global e vem caindo em toda parte, a favor do setor de serviços. Mesmo na China, pulmão da manufatura global, a indústria é responsável por apenas 27% do PIB, tendo chegado a 32%.No caso do Brasil a queda foi brutal: de um pico de 24% do PIB nos anos 80 a 10% hoje. Em relação à indústria global, a fatia do Brasil está em 1,4%, número bem inferior aos 2,3% da nossa fatia do PIB global. A queda é ainda mais relevante porque de longa data o setor tem se beneficiado de inúmeros subsídios, destacando-se crédito via BNDES, proteção contra a concorrência estrangeira e incentivos tributários. Ocorre que, na prática, essa estratégia de proteção à indústria nascente e substituição de importações acabou se perenizando e condenando o setor a um círculo vicioso de atraso tecnológico, que dura até nossos dias. O exemplo mais conspícuo é o da indústria automobilística, que vem se modernizando, mas ainda tem dificuldade em exportar para os grandes mercados do mundo.Ao mesmo tempo em que a indústria recebia vantagens, consolidou-se a sua posição como de longe o setor mais tributado. A partir do início dos anos 90 algumas das vantagens foram sendo removidas, como barreiras à importação e crédito subsidiado, o que confirmou o receio histórico do setor de perder as benesses sem a compensação de uma redução do chamado Custo Brasil (a miríade de dificuldades e custos que afetam a produção).A reforma tributária ora em pauta será uma oportunidade de ouro para se retificar essa sobrecarga relativa. Os benefícios ao setor industrial irão além de uma eventual redução da carga: com uma alíquota uniforme e um só conjunto de regras (hoje são 27, uma loucura), a produtividade da indústria aumentará deveras. (Estado)

Uma cidadania incompleta e degradada

Enquanto a sociedade não abandonar as esperanças no Estado paternalista e não desprivatizar o Estado patrimonialista, a Nação continuará a agonizar na inanição e na ignorância. A Constituição luta contra os bolsões de miséria que envergonham o País”, disse o presidente da Assembleia Constituinte, Ulysses Guimarães, ao promulgar a nova “Constituição Cidadã”. Mais de três décadas depois, que vergonha! O Brasil é uma das nações mais desiguais do mundo. Uma das mais violentas também. O País voltou ao mapa da fome. Os jovens que chegam a completar o ensino médio mal sabem escrever ou realizar operações aritméticas elementares. Metade da população não tem esgoto.A vergonha cala tanto mais fundo ante as potencialidades congênitas de um País preservado de catástrofes naturais, farto em recursos alimentares e energéticos, sem histórico de guerras ou conflitos civis, povoado por imigrantes de todo o mundo que compartilham de uma cultura plural e tolerante. Somem-se a isso as oportunidades da economia verde e as necessidades geopolíticas da Europa e EUA de realocarem negócios em países geográfica e culturalmente próximos. O abismo entre a utopia inclusivista da Constituição e uma realidade socioeconômica brutalmente desigual e estagnada espelha o abismo entre as elites políticas e econômicas extrativistas e uma massa de excluídos desnutridos e iletrados. A Carta confere um vasto catálogo de direitos. Mas como reivindicá-los quando mal se consegue vencer a luta cotidiana pela sobrevivência? O abismo social é causa e consequência de uma cidadania totalmente incompleta. Os mesmos poderes se mantém e os mesmos vícios nos três poderes se perpetuam. Pode o Brasil ainda ter esperança? Uma das consequências é a excessiva valorização do Poder Executivo, o encanto do líder messiânico, sebastianista, o grande dispensador de empregos e favores. Outra é a visão privatista dos interesses coletivos. “Não há uma construção social do político”, escreve Carvalho. “Quando a virtude privada estabelece contato com o Estado, gera o aborto do fisiologismo e do clientelismo, quando a virtude do Estado se comunica com a sociedade, gera o aborto do paternalismo e do corporativismo.”No mercado prevalecem os oligopólios e a falta de competição. As grandes corporações exigem do Estado subsídios e barreiras protecionistas. Os sindicatos exigem a calcificação de leis trabalhistas que tornam as contratações proibitivas. O resultado é um déficit geral de produtividade e inovação.
A contra face do Estado paternalista, o Estado patrimonialista, é o grande promotor de privilégios e impunidade. “Sobre a sociedade, acima das classes, o aparelhamento político – uma camada social comunitária embora nem sempre articulada, amorfa muitas vezes – impera, rege e governa, em nome próprio, num círculo impermeável de comando”, resumiu Raymundo Faoro no livro Os Donos do Poder (1958)… (Estado)

O ESTADO DE S.PAULO

  • Preço dos combustíveis volta a cair nos postos
  • ‘Qualquer política pública deveria forçar exportação’
  • Inadimplência entre os idosos cresce em ritmo mais acelerado
  • Expectativa e realidade
  • Finalizar o monotrilho custará mais R$ 2,7 bilhões; governo estuda opções
  • Os ‘multidevedores’
  • Assim fica difícil atrair investimentos
  • Uma cidadania incompleta e degradada

O GLOBO

  • Zona Franca é principal trava à reforma tributária
  • STF valida decreto e mantém demissão sem justa causa
  • Diversidade domina agenda da 1ª mulher presidente do BB
  • Mercado predatório: Tráfico de animais silvestres cresce em grupos de Facebook e WhatsApp
  • Consumo individual: Liberação do porte de maconha, em análise pelo STF, divide especialistas
  • Brasil tem 60 padres da Igreja condenados por pedofilia

FOLHA DE S.PAULO

  • Prazo para declarar Imposto de Renda acaba nesta quarta
  • Varejo melhora transparência, mas não coloca risco sacado como dívida
  • Haddad é ótimo para o mercado, não sei se é para o país, diz aliado
  • STF mantém regras atuais para demissão sem justa causa
  • Queimando gordura: Arcabouço inclui brecha para alta de gastos em 2024
  • Sinais contraditórios de Lula preocupam investidor estrangeiro. Ainda?
  • IBGE encerra hoje apuração do Censo e prevê dados para junho
  • No poder: Facção ligada ao PCC transformou ilha na Bahia em bunker, aponta PF
  • Tudo liberado: PGR arquiva pedido para investigar Paulo Pimenta por imóvel
  • Negociado: Congresso reclama, mas ritmo de liberação de emendas sobe
  • No poder: Crime organizado financia desmate da mata atlântica em SP
  • Direita dividida: Lacunas e cassação de Deltan põem Ficha Limpa no divã após 13 anos
  • Campeã em doações da Codevasf sob Lula tem disputa por tratores

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