Frimesa investe R$ 22 milhões em produção de biometano para neutralizar emissões
A iniciativa gerou economia mensal de R$ 450 mil à cooperativa com a substituição do gás liquefeito do petróleo pelo biocombustível (Valor)

Sorriso (MT) é líder no país em valor de produção agrícola
Mato Grosso tem 6 dos 10 municípios que registraram os maiores valores de produção agrícola no Brasil em 2022. Goiás e Bahia, com duas cidades cada um, completam a lista.
É o que aponta o levantamento da PAM (Produção Agrícola Municipal) 2022, divulgado nesta quinta-feira (14) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Conforme a pesquisa, pelo quarto ano consecutivo, Sorriso (a 397 quilômetros de Cuiabá), em Mato Grosso, ficou com a liderança nacional.O valor da produção agrícola do município chegou a R$ 11,5 bilhões em 2022. O montante representa alta nominal (sem considerar a inflação) de 15,2% ante 2021.Em segundo ficou Campo Novo do Parecis (a 401 quilômetros de Cuiabá), também em Mato Grosso, com produção de R$ 8,2 bilhões em 2022, avanço de 7,9%.Eem terceiro vem Sapezal (a 508 quilômetros de Cuiabá), outra cidade de Mato Grosso, com R$ 8 bilhões, queda de 11,5% frente a 2021, quando Sapezal ocupava o segundo lugar da lista.Rio Verde (quase R$ 8 bilhões), em Goiás, e São Desidério (R$ 7,6 bilhões), na Bahia, ficaram na quarta e na quinta posições em 2022.Os outros municípios fora de Mato Grosso que entre os dez destaques são Jataí (GO) e Formosa do Rio Preto (BA), em oitavo e nono, com R$ 6,3 bilhões e R$ 6,2 bilhões, respectivamente. (Folha)

Falta de mão de obra e de garantias pode travar projetos do Novo PAC
Desde os processos da Lava Jato, grandes empresas da construção perderam muitos trabalhadores e têm dificuldade de acesso a crédito; programa prevê R$ 1,7 tri de investimento. O novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que prevê R$ 1,7 trilhão em investimentos, precisará superar alguns gargalos para poder avançar conforme as projeções do governo. Entre as dificuldades previstas por executivos de empresas, associações empresariais e consultores do setor de infraestrutura estão a falta de mão de obra qualificada para certas atividades, a necessidade de garantias elevadas para as prestadoras de serviços de construção e questões de governança. Mesmo que o governo consiga contornar restrições fiscais e orçamentárias, ainda dependerá bastante da iniciativa privada para fazer o programa avançar. Além de o Novo PAC, nome oficial do pacote de obras, prever que as empresas terão de contribuir com R$ 612 bilhões em investimentos para fechar a estimativa de R$ 1,7 trilhão, elas também deverão estar aptas a atender a demanda de fornecimento de serviços, em especial, para a construção de infraestrutura. E um dos maiores gargalos para tocar tantos projetos simultâneos é a necessidade de mão de obra. Especialistas indicam que hoje faltam desde executivos para empresas de construção, a mestres de obras, carpinteiros e trabalhadores mais técnicos. Isso porque, depois da crise no setor de construção pesada na década passada, as empreiteiras demitiram milhares de funcionários. “O grande desafio hoje para o Novo PAC não é a capacidade técnica. O desafio é de mão de obra” (Estado)

Absorção de servidores de ex-território pode custar à União R$ 6,3 bi ao ano
PEC que abre caminho para transferência de funcionários passa no Senado e vai para a Câmara. (Folha)

Projeto eleva etanol na gasolina para até 30% e dá incentivo ao diesel verde
Proposta cria o Plano de Transformação Ecológica e tem por objetivo reduzir a emissão de gases de efeito estufa. (Estado)

A expansão fiscal e o Congresso

Já não há mais dúvida sobre qual será a válvula de escape a que o governo recorrerá. Descumprir ou alterar a já medíocre meta fiscal de zerar o déficit primário em 2024. E Lula do PT já têm o discurso pronto. A meta teria ficado inviável porque o Congresso não “entregou” a elevação de carga tributária que se fazia necessária. Na melhor das hipóteses, nos seus quatro anos de mandato, o governo deverá gerar um resultado primário acumulado zero: déficit de 1,5% do PIB, em 2023, déficit zero, em 2024, e superávits de 0,5%, em 2025, e de 1% do PIB, em 2026. Soma zero. Isso significa que, neste mandato, não haverá nenhum esforço relevante para pagar os juros da dívida pública. Em português claro, o governo entrou no rotativo e passou a pagar a totalidade dos juros com emissões adicionais de dívida. O que implica uma dinâmica de dívida muito mais fácil de entender do que costuma ser. Com resultado primário acumulado zero, o aumento real da dívida bruta será, grosso modo, determinado pela taxa real de juros implícita que sobre ela incide. Supondo que tal taxa seja em média de 6% ao ano, ao final de quatro anos o aumento real da dívida terá sido de cerca de 26,2%… (Estado)

Câmara autoriza piso menor da saúde em 2023
Dispositivo tenta resolver impasse orçamentário e jurídico criado pela sanção do novo arcabouço fiscal. A alteração foi feita pelo relator, deputado Zeca Dirceu (PT-PR), que também é líder da sigla na Câmara. A medida está alinhada aos interesses da equipe econômica, que tem buscado soluções para o problema, como mostrou a Folha. (Folha)

Enquanto no Brasil se questiona a Petrobras na Foz do Amazonas, o Petróleo faz jorrar dinheiro e preocupações na Guiana. País que mais cresceu em 2023 enfrenta questões ambientais e sociais. (Folha)

GALO GIGANTE DE AVICULTOR BRASILEIRO PODE CUSTAR ATÉ R$ 20 MIL
Denominados “índios gigantes”, os galos podem medir mais de 1,20 metro de altura.
As aves gigantescas, que estão aguardando o reconhecimento formal como uma nova raça.Embora isso não seja suficiente para atender ao setor de carnes, ele disse que há muita demanda por parte de colecionadores e fazendeiros que buscam reforçar seus lotes de galinhas caipiras, animais criados em pequenas propriedades principalmente para subsistência.Segundo informação do site da empresa, o indio gigante é o resultado do cruzamento de aves caipiras com raças combatentes.“São rústicos, bons produtores de carne e ovos”, diz, destacando que a espécie é indicada para cruzamento com outras raças para melhoramento de um plantel. (Folha)

Ovos do Brasil viram alvo de disputa em Taiwan
Lote do produto é retirado das prateleiras por erro na data de validade; gripe aviária também é motivo de divisão.A questão vinha de semanas. O problema maior era a gripe aviária reconhecida pelo Brasil em maio. “Que coincidência”, ironizou a deputada Wang Hunj-huei, “o governo só rotulou o Brasil [como zona com a doença] em junho”.A Tai Nong Egg respondeu que os ovos já haviam deixado o país quando o surto começou. Parlamentares governistas acrescentaram que as críticas à importação visam beneficiar, com preços altos, empresas locais que “acumularam ovos”. Antes, houve outro problema, também amplificado pela oposição.Num dos lotes, foi identificado um antibiótico veterinário, Florfenicol, de uso restrito em Taiwan, embora aceito em diversos países. Ele foi barrado na alfândega, segundo a agência de vigilância. (Folha)

O ESTADO DE S.PAULO

  • Ministérios do Centrão são privilegiados com nova receita
  • Câmara tira controle do governo de verba de apostas para COB e clubes
  • Programa não atrai interesse de grupos estrangeiros
  • Falta de mão de obra e de garantias pode travar projetos do Novo PAC
  • Inflação argentina, de 12,4%, é a maior desde 1991
  • Economistas dizem que desafio fiscal é grande e freia otimismo com juros
  • Projeto eleva etanol na gasolina, estimula o diesel verde e cria meta a aéreas
  • Câmara aprova compensação do ICMS a Estados
  • Rogério Werneck: A expansão fiscal e o Congresso
  • Entrevista Ubiratan Cazetta: Toffoli ignorou documento que já estava no processo, diz presidente da ANPR

O GLOBO

  • Criminosos invadem casa de Haddad em São Paulo
  • PEC no Senado criminaliza porte de drogas em qualquer quantidade
  • El Nino em sua pior forma: Centro de alerta de desastres prevê secas e inundações nos próximos meses
  • Governo autoriza entrada da Shein no Remessa Conforme
  • Ação da Casas Bahia despenca na Bolsa para menos de R$ 1
  • Petrobras fecha acordo para energia renovável
  • ‘Combustível do Futuro’ prevê mais etanol na gasolina
  • PL da repatriação de bens: relator quer multa de 140%
  • Câmara aprova R$ 27 bi de ICMS para compensar estados e municípios
  • Otimismo externo leva dólar a R$ 4,87, e Ibovespa sobe 1%
  • Uber é condenada a pagar R$ 1 bi de dano moral
  • Do filé-mignon à picanha, cai o preço da carne bovina
  • Injeção de ânimo: Nova fase do Desenrola deve ter impacto no consumo no fim do ano
  • Julgamento do Google é caso antitruste mais importante desde Microsoft
  • Plano chinês para ONU exclui pretensão do Brasil

FOLHA DE S.PAULO

  • Justiça multa Uber em R$ 1 bi e exige contratação de motoristas
  • Projeto que antecipa R$ 13,9 bi para estados e municípios vai ao Senado
  • Câmara aprova permissão para piso menor da saúde em 2023
  • Shein entra no programa que isenta compra de até US$ 50
  • Governo aciona PF para investigar empresas de ecommerce
  • Absorção de servidores de ex-território pode custar à União R$ 6,3 bi ao ano
  • Alvo de críticas da indústria de games, marco do setor pode ser votado na quarta no Senado
  • Anatel apura nível de radiação do iPhone 12
  • Programa consolida políticas de redução de emissão de carbono
  • Cuba diz não ter como pagar dívida com Brasil e pede ajuda
  • STJ autoriza cultivo de maconha para fim medicinal
  • Justiça proíbe a PM de SP de usar corda ou arame em prisões
  • Acordos para evitar prisão terminam em multas, diz CNJ

VALOR ECONÔMICO

Gasto com educação e saúde responde por mais da metade das despesas das prefeituras
Estudo mostra que, em 50 anos, investimento em infraestrutura e serviços urbanos caiu de 27,41% para 9,89%

No Setembro Amarelo, ‘sobreviventes’ do luto narram dor da perda
Documentário que será exibido no GNT e no Globoplay a partir do dia 19/9 pretende ajudar familiares de pessoas que se mataram a entender o sofrimento que leva alguém a esse desfecho

Campeãs dos royalties tentam não repetir erros
Duas cidades da Região Metropolitana do Rio criaram fundos soberanos para evitar o desperdício com a produção de petróleo; Niterói tem R$ 927,6 milhões investidos e Maricá, mais de R$ 1,5 bilhão

Governo estuda denunciar Shopee por sonegação
Companhia estaria resistindo a aderir ao Remessa Conforme, programa da Receita Federal que busca trazer os marketplaces estrangeiros para a conformidade

Mistérios da inflação e do crescimento da economia
Não está claro por que os preços estão perdendo força mesmo com um avanço maior do PIB

Serviços em alta dão novo alento ao PIB
Com expansão de 0,5% em julho, setor sustenta ritmo de atividade e pode afetar queda de juro

Crédito à exportação via BNDES volta ao debate
PEC que exige aval do Congresso para empréstimo de banco público reacende discussão e divide indústria e economistas

Queimada leva AM a decretar emergência, agora a culpa não é mais do Bolsonaro
Governo adota medida devido a aumento de focos de incêndio florestal no Estado e previsão de seca histórica

Governo prevê economizar R$ 12,5 bi com ações do INSS, no chamado custo invisível
Aumento de gastos com redução da fila da Previdência foi ‘desconsiderado’ na proposta de Orçamento de 2024

IFI reduz probabilidade de dívida acima de 90% do PIB
Instituição calcula que receitas administradas pelo governo federal previstas no Orçamento de 2024 estão superestimadas em R$ 219,8 bilhões, isto está claro para todo mundo ver a sua finalidade

Pacheco propõe PEC contra porte de drogas em resposta a sociedade civil a invasão dos poderes sobre a Lei anti-droga do STF. Presidente do Senado quer deixar expresso que é crime o porte ou posse de qualquer quantidade

‘É absurdo o debate sobre se teremos US$ 3 tri para a Humanidade’
Achim Steiner, diretor geral do PNUD, diz que no futuro os livros de história descreverão nossa época como um período de insanidade, porque vivemos a ameaça da crise climática e investimos seis vezes mais na aceleração do problema do que na sua solução

Reciclagem de plásticos no país tem maior salto em cinco anos
índice de reciclagem mecânica de plástico pós-consumo chegou a 25,6% em 2022, com o maior crescimento anual na produção de resina reciclada desde 2018

Fenômeno El Niño deve continuar entre janeiro e março de 2024, diz CPC
Segundo centro, as chances de um El Niño ‘forte’ aumentaram para 71%

Valor da produção agrícola teve novo recorde em 2022
Safra recorde, câmbio e alta das commodities foram cruciais para o resultado de R$ 830 bilhões, segundo a PMA/IBGE

Sorriso, em MT, segue líder entre municípios
Valor da produção agrícola no município alcançou R$ 11,5 bilhões, 15,4% acima de 2021

Cocal dá largada em sua primeira usina de energia solar fotovoltaica
Companhia está em fase de aprovações regulatórias para a construção de outras duas usinas solares, com investimentos da ordem de R$ 25 milhões cada

Bolsa e real têm dia positivo com exterior
Valorização das commodities, por conta da China, levou ação da Vale a registrar ganhos de 4%; dólar fechou negociado a R$ 4,872, em queda de 0,91%

Fintech faz 1º ‘token’ de recebível de cartão
Processo permitiu uma redução de custo de quase 50% se comparado a um adiantamento de cartões do mercado tradicional

Quais são as 5 regiões do planeta onde muitas pessoas vivem até os 100 anos
‘Como Viver até os 100’, da Netflix, retrata hábitos que podem explicar uma vida longa

Jornal Imparcial
GAZETA DO POVO

  • Justiça do Trabalho multa Uber em R$ 1 bilhão e manda empresa registrar motoristas
  • General Dutra nega omissão do Exército na retirada de acampamento da frente de QG
  • Como tudo acaba em PIZZA no Congresso Nacional, a CPMI limitará investigação ‘formalizada’, do que todo o Brasil pode assistir ao vivo, sobre a omissão do governo Lula no 8/1 sobre o golpetismo
  • Mesmo com novas provas, Toffoli não deve rever decisão da Odebrecht, diz jornal
  • Governistas limitam relatório da CPMI
  • Cuba diz que não se opõe ao recrutamento de cidadãos da ilha pelo exército russo
  • Enquanto 94% dos criminosos são homens jovens, STF quer mais policiais mulheres
  • STF condena presos políticos do 8/1 e impõe de novo pena de 17 anos
  • Enquanto P/Alckmin governa, Lula ‘o diplomata’ embarca para Cuba, dar mais a graça da sua dívida com o Brasil
  • O tour de Lula em Cuba vai encontrar fome, pobreza, tortura e opressão que ele aprova
  • Câmara aprova compensação aos estados por perdas com ICMS de combustíveis
  • Para reitor da UFPR, ações do MBL em universidades são “invasões” que geram insegurança
  • “O horror” O horror”: reação exagerada do STF ao 8 de janeiro é puro orgulho ferido da reencarnação de Nero
  • “Jamais aceitaremos iniciativas que pretendam promover o aborto”, diz CBB ao STF
  • Deputados aprovam mudanças na Lei da Ficha Limpa para privilegiar políticos condenados
  • Formado no Paraná, novo ministro da Economia do Paraguai quer menos China e mais Taiwan e Brasil
  • Senado vai reagir a possível liberação das drogas no STF, a sociedade também espera a mesma reação com respeito aprovação do aborto

MATÉRIA EM FOCO

Falta de mão de obra e de garantias pode travar projetos do Novo PAC

Desde os processos da Lava Jato, grandes empresas da construção perderam muitos trabalhadores e têm dificuldade de acesso a crédito; programa prevê R$ 1,7 tri de investimento.

O novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que prevê R$ 1,7 trilhão em investimentos, precisará superar alguns gargalos para poder avançar conforme as projeções do governo. Entre as dificuldades previstas por executivos de empresas, associações empresariais e consultores do setor de infraestrutura estão a falta de mão de obra qualificada para certas atividades, a necessidade de garantias elevadas para as prestadoras de serviços de construção e questões de governança.

Mesmo que o governo consiga contornar restrições fiscais e orçamentárias, ainda dependerá bastante da iniciativa privada para fazer o programa avançar. Além de o Novo PAC, nome oficial do pacote de obras, prever que as empresas terão de contribuir com R$ 612 bilhões em investimentos para fechar a estimativa de R$ 1,7 trilhão, elas também deverão estar aptas a atender a demanda de fornecimento de serviços, em especial, para a construção de infraestrutura.

E um dos maiores gargalos para tocar tantos projetos simultâneos é a necessidade de mão de obra. Especialistas indicam que hoje faltam desde executivos para empresas de construção, a mestres de obras, carpinteiros e trabalhadores mais técnicos. Isso porque, depois da crise no setor de construção pesada na década passada, as empreiteiras demitiram milhares de funcionários.

“O grande desafio hoje para o Novo PAC não é a capacidade técnica. O desafio é de mão de obra”, disse o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada-Infraestrutura (Sinicon), Claudio Medeiros, também responsável pelas relações institucionais e governamentais da Novonor, a ex-Odebrecht.

Além da necessidade de atrair profissionais, há ainda a questão da dificuldade em recrutar recém-formados em engenharia. Muitos não têm o desejo de trabalhar em obras espalhadas pelo País.

O tamanho do desafio pode ser ilustrado pelos projetos já anunciados pela Petrobras. A estatal deve ser a grande contratante do Novo PAC, responsável por R$ 323 bilhões em projetos nos próximos quatro anos.

O executivo de uma grande construtora, que não quis se identificar, diz que pediu o detalhamento da Petrobras de quantos trabalhadores serão necessários para dar conta de tantos investimentos. O estudo interno feito pela petrolífera, diz ele, apontava cerca de 200 mil trabalhadores. Procurada, a Petrobras não quis comentar.

Como comparação, nenhuma das grandes empresas prestadoras de serviços tem hoje 15 mil empregados em seu braço de construção pesada, caso de Novonor, Andrade Gutierrez, Mover (ex-Camargo Corrêa), Álya (ex-Queiroz Galvão), Metha e Coesa (resultantes do desmembramento da OAS).

NAVAL. Para atividades especializadas, o desafio é ainda maior. O setor de construção naval chegou a empregar, em seu auge, 82 mil pessoas. Hoje, são cerca de 20 mil, segundo o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval).

Os estaleiros precisarão atrair, pelo menos, mais 20 mil trabalhadores para dar conta dos contratos que devem ser apresentados no próximo ano. A Petrobras pode licitar a construção de mais de dez barcos de apoio já neste ano, e a Transpetro prepara licitação, para 2024, de 25 grandes navios-petroleiros e de gás de médio porte.

RECURSOS. As garantias financeiras que terão de ser dadas pelas empresas que vão assumir as obras também podem ser um problema. Com o histórico da Lava Jato, os executivos que vão contratar os projetos preferem se proteger de problemas legais. Assim, evitam correr riscos e exigem porcentagens altas de garantias das empresas, que enfrentaram problemas financeiros recentes, com o receio de que elas possam abandonar os projetos. No entanto, ao exigirem das fornecedoras capacidade de financiamento próprio e altos níveis de garantias, encarecem os projetos.

A fragilidade atual das empresas brasileiras com capacidade de participar de grandes obras complica o cenário. Muitas estão saindo de processos de recuperação judicial e não têm acesso a crédito de baixo custo no mercado. Além disso, em seus processos de reestruturação tiveram de se desfazer de muitos ativos e não têm o que oferecer como garantias.

Uma saída, para esse entrave, é buscar financiamento bancário. Mas aí também encontram dificuldades de acesso a taxas abaixo dos 20% anuais. Outra solução seria as empresas brasileiras se unirem a grupos internacionais, que ficariam com uma parte dos lucros em troca de trazer ao projeto uma situação financeira mais estável.

O ponto negativo deste tipo de arranjo, observam executivos do setor, é que essas parceiras estrangeiras acabam participando apenas marginalmente das operações, e diminuem o lucro de quem vai realizar as obras.

Há vagas Estima-se que a Petrobras irá precisar de 200 mil pessoas; as empreiteiras não têm mais de 15 mil

O Estado de S. Paulo.15 Setembro de 2023
Por: CARLOS EDUARDO VALIM

A expansão fiscal e o Congresso

O debate econômico que hoje se trava no País está mesmo fora dos trilhos. Já há até quem argumente que, tendo aprovado o arcabouço fiscal, o Congresso estaria agora obrigado a viabilizar o colossal aumento de receita de que o governo “precisa” para levar adiante seu programa de expansão de gastos.

Não só o Congresso não está obrigado a isso, como parece pouco inclinado a aprovar a elevação de carga tributária que o Planalto contempla. E o governo já percebeu que, tendo em conta a forte expansão de gastos que desencadeou, logo estará às voltas com inesperada e séria restrição fiscal.

Já não há mais dúvida sobre qual será a válvula de escape a que o governo recorrerá. Descumprir ou alterar a já medíocre meta fiscal de zerar o déficit primário em 2024. E Lula da Silva e o PT já têm o discurso pronto. A meta teria ficado inviável porque o Congresso não “entregou” a elevação de carga tributária que se fazia necessária.

Na melhor das hipóteses, nos seus quatro anos de mandato, o governo deverá gerar um resultado primário acumulado zero: déficit de 1,5% do PIB, em 2023, déficit zero, em 2024, e superávits de 0,5%, em 2025, e de 1% do PIB, em 2026. Soma zero. Isso significa que, neste mandato, não haverá nenhum esforço relevante para pagar os juros da dívida pública.

Em português claro, o governo entrou no rotativo e passou a pagar a totalidade dos juros com emissões adicionais de dívida. O que implica uma dinâmica de dívida muito mais fácil de entender do que costuma ser. Com resultado primário acumulado zero, o aumento real da dívida bruta será, grosso modo, determinado pela taxa real de juros implícita que sobre ela incide. Supondo que tal taxa seja em média de 6% ao ano, ao final de quatro anos o aumento real da dívida terá sido de cerca de 26,2%.

Em que medida isso elevará a dívida como proporção do PIB, depende, claro, da expansão da economia. Supondo que a taxa real média de crescimento do PIB seja de 2,0% ao ano, em linha com a última pesquisa Focus, a expansão acumulada em quatro anos será de 8,2%. Dividindo-se 126,2% por 108,2%, chega-se a um salto de mais de 16,6% na dívida como proporção do PIB. A relação dívida/PIB, que era de 0,73 quando Lula iniciou seu governo, passará a ser de 0,85 no final de seu mandato (0,73 vezes 1,166). Uma farra fiscal de arromba.

É tendo isso em vista que se deve avaliar a disposição com que o Congresso deverá considerar a proposta de elevar a carga tributária em nada menos que R$ 168 bilhões, para atender a necessidades “prementes” de expansão de gastos.

Tendo entrado no rotativo, o governo passou a pagar juros com novas emissões de dívida.

O Estado de S. Paulo.15 Setembro de 2023
ECONOMISTA, DOUTOR PELA UNIVERSIDADE HARVARD, É PROFESSOR TITULAR DO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA DA PUC-RIO

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