Supersafra derruba preço e já faltam silos na espera por alta
Objetivo da espera é cobrir os custos da última safra de verão, considerada a mais cara da história por causa da guerra na Ucrânia. Sem espaço para estocar grãos em Maringá (PR), a cooperativa Cocamar alugou armazéns e recorreu aos silos bag (Estado)

Governo Lula assume plano de interferir na gestão de empresas privadas (GP)

Alunos negros têm nota mais baixa no Enem, mesmo os de escolas particulares

É o que mostra uma pesquisa inédita que analisou as notas do exame nacional de 2013 a 2021; desigualdade inclui ainda os indígenas e afeta as chances de vaga na universidade.A desigualdade é ainda maior quando se compara os dois extremos. A chance de um aluno branco da rede particular estar entre as notas mais competitivas do Enem é de 33%, enquanto a de um estudante preto, pardo ou indígena da rede pública é de 7%. Para os pesquisadores, os governos precisam pensar em políticas educacionais que olhem para essas desigualdades. “Programas de recomposição de aprendizagens precisam ter foco em alunos em vulnerabilidade”, diz o coordenador de inovação em políticas do Instituto Unibanco, Caio Callegari. (Folha)

NOTA: A evasão do Ensino superior é maior entre os cotistas. Não basta apenas cotas para negros ou indígenas, sem que estes tenham ensino na base fundamental para chegar a concluir o ensino superior, porque cota de diploma superior é impossível e seria um escárnio social para a mesma classe descriminada.

Lula, e não Dilma, iniciou desorganização macro

Números mostram que política econômica de Lula 2 e Dilma 1 não era sustentável
A economia brasileira entrou em uma profunda crise em 2014 e saiu dela somente no final de 2016. A recuperação foi muito lenta. Ainda vivemos sob desequilíbrio fiscal estrutural e tudo sugere que a dívida pública continuará a crescer até 2026 pelo menos.Uma questão importante é saber quando que iniciamos o desvio da rota da estabilidade macroeconômica. Foi no governo Lula 2 ou em Dilma 1? Esta coluna apresenta os números. A evidência é clara de que começamos a construir nossa grande crise no segundo mandato de Lula.A tabela apresenta algumas estatísticas para alguns anos que documentam a afirmação no final do parágrafo anterior.Na primeira linha, lê-se a evolução do custo unitário do trabalho medido pela renda do trabalho da Pnad contra a produtividade do trabalho medida pelo observatório da produtividade Régis Bonelli do FGV Ibre. A partir de 2007, os salários sobem a uma velocidade muito superior à da produtividade…segue a matéria em foco abaixo (Folha)

A desinteligência do Brasil e Lula

Temos discutido como evitar que a Reforma Tributária e o que resta de Orçamento sejam arrebentados. Há lobby ainda maior para que se façam favores a tais e quais empresas, categorias profissionais e para o “desenvolvimento regional” do bolso de quem vive da intermediação ou rapina de tais verbas, de empresas a políticos. Agora, depois de algum tempo até contido, o presidente da República vem com essa história de tratar o déficit, a dívida e o próprio plano fiscal de seu governo com descaso escarninho, desinformado e negacionista.Em suma, Luiz Inácio Lula da Silva disse que, para ter umas obrazinhas ou sei lá o quê, deixe-se para lá o déficit. Que a meta de déficit zero é “ganância do mercado”, um delírio demagógico.Ganância vai haver com esse tipo de conversa: os donos do dinheiro grosso vão cobrar mais caro para financiar déficit e dívida maiores do governo. E assim pagarão mais caro as empresas, os clientes de bancos etc. E assim haverá menos “obras” no país inteiro (o governo federal faz apenas 3% do investimento total do país). O desânimo é muito grande. (Folha)

O ESTADO DE S.PAULO

  • Israel inicia ‘nova fase da guerra’ com ofensiva terrestre em Gaza
  • ‘Reforma confirma nossa teimosia com o fracasso’
  • Casa Civil pede agilidade
  • Governo e Congresso vão ‘disputar’ verbas do PAC
  • Supersafra de grãos derruba preços e lota silos à espera de melhor cotação
  • Alunos negros têm notas mais baixas no Enem, mesmo os de particulares

FOLHA DE S.PAULO

  • Seu bolso nas compras: Imposto seletivo ajuda a financiar gastos do Estado sob Lula
  • Sem recurso: Tratamento contra o AVC segue inacessível no SUS
  • Sob comando do crime e sem segurança, 1 a cada 4 CEPs do Rio fica sem Correios
  • Contra o desenvolvimento, governo retira porto de Santos de programa de desestatização
  • Concurso vai deixar de ser ‘decoreba’, diz secretário de Gestão
  • Rombo nas contas públicas e cenário externo limitam corte de juros
  • Estatização é cara: Brasileiros pagaram toda a dívida da construção de Itaipu
  • Samuel Pessôa: Lula, e não Dilma, iniciou desorganização macro
  • Israel amplia invasão na Faixa de Gaza e vê guerra longa e difícil
  • A cultura do ódio é a miséria palestina: Cisjordânia vê apoio aberto ao Hamas se espalhar pelas ruas

O GLOBO

  • ‘Há empresas de IA crescendo em um faroeste sem regulação’
  • ‘Menos qualificados se beneficiam na retomada’
  • Renda de rico e de pobre na contramão: Salário na base da elíte subiu 15,4%. No topo, caiu 0,6%
  • No comando do Narco a milícia disputa com o tráfico 8 quilômetros da orla do Rio
  • Poder de influência: Lira amplia espaços no governo e mantém indicados em postos que controlam R$ 25 bi

GAZETA DO POVO

  • Inflamação do coração por causa da vacina de mRNA deixa marcas até um ano depois
  • “A agenda é do presidente, não da Fazenda”, diz Gleisi após Lula descartar déficit zero
  • Milei acusa empresa chinesa de estar impulsionando propaganda pró-Massa na Argentina
  • Análise da polícia italiana favorece defesa dos acusados de hostilizar Alexandre de Moraes
  • Israel ordena retorno de embaixadora na Turquia após falas de Erdogan
  • Trump diz que “fraqueza e incompetência” de Biden provocaram ataque do Hamas contra Israel
  • Como os palestinos são tratados em países islâmicos e porque estes países não aceitam estes refugiados?
  • Tarcísio envia pacote com privatização da Sabesp, PEC da Educação e Reforma Administrativa
  • Na reforma tributária, a regra é criar exceções
  • Hezbollah reivindica novos ataques realizados contra Israel
  • Lula mira eleições com “tiro” na meta fiscal, mas pode colher mais inflação e juros
  • Netanyahu diz que se Israel não vencer a guerra contra o Hamas “o mal se espalhará”
  • Em post sobre aniversário de Lula, PL ironiza fatiamento e distribuição de ministérios
  • Hamas propõe trocar presos palestinos pelos reféns israelenses
  • Inovação e criatividade coloca empresa do Paraná entre maiores clubes de assinaturas de cervejas
  • Equipe econômica prevê problemas após descaso de Lula sobre cumprimento de meta fiscal em 2024
  • Império do crime no Rio e no Brasil é sinal da entrada do narcotráfico da esquerda Latina sob PT
  • Reforma tributária e incentivos fiscais: pontos de atenção aos senadores do Paraná
  • privacidade para crianças e jovens: os riscos da falta de segurança de dados
  • As causas e consequências da crise social na Argentina
  • O malabarismo do “discurso de ódio” da esquerda
  • ADF International faz carta aberta a Elon Musk pela liberdade de expressão
  • Para o PT, população só serve para pagar cada vez mais impostos e abastecer a sua luxúria

MATÉRIA EM FOCO

SUPERSAFRA DERRUBA PREÇO E JÁ FALTAM SILOS NA ESPERA POR ALTA

Objetivo da espera é cobrir os custos da última safra de verão, considerada a mais cara da história por causa da guerra na Ucrânia. Sem espaço para estocar grãos em Maringá (PR), a cooperativa Cocamar alugou armazéns e recorreu aos silos bag.

Em anos anteriores, o produtor Cléber Veronese, que cultiva 480 hectares em Maringá, no Paraná, já teria vendido toda a safra de soja e a metade da produção de milho. Hoje, ele tem 25% da soja colhida em fevereiro e 90% do milho safrinha ainda para comercializar.

A menos de 100 quilômetros dali, em Cambé, o agricultor Ademir Inocente, que planta 400 hectares, também decidiu atrasar a venda da safra. Ele comercializou só a metade da produção de soja de verão e não vendeu um único grão do milho de inverno.

“Quem pode está segurando uma parte da safra para tentar ganhar mais rentabilidade”, afirma Veronese. A estratégia usada por ele e Inocente tem sido adotada por muitos agricultores nos principais polos de produção de grãos do País. Com uma sequência de boas safras de soja e milho, os preços recuaram para o menor nível dos últimos três anos.

Além de aumentar a rentabilidade, os produtores buscam cobrir os custos da última safra de verão, considerada a mais cara da história. Por causa da guerra na Ucrânia, que aumentou custos com logística e petróleo, os preços dos fertilizantes e defensivos explodiram. Ao adiar a venda, o problema de falta de capacidade de armazenamento se agravou. Os armazéns das cooperativas e das empresas estão abarrotados com soja do ciclo 2022/23 e milho da safra de inverno.

ALÉM DA CAPACIDADE. A Cocamar, que atua no Paraná, em Mato Grosso do Sul e em São Paulo, tem 30% da última safra de soja dos cooperados para vender, 65% da de milho e a metade da produção de trigo e sorgo. A capacidade de armazenagem da cooperativa hoje é de 2,2 milhões de toneladas, mas recebeu 4,2 milhões de toneladas. “A capacidade ideal seria de 3,2 milhões de toneladas, porque tem o giro da safra que entra no inverno e no verão”, diz o vice-presidente de Negócios, José Cícero Aderaldo.

Como faltou espaço para guardar grãos, a cooperativa recorreu ao aluguel de armazéns de terceiros e aos silos bag ou bolsa, as famosas “linguiças brancas”, que estão espalhadas pelo campo. A cooperativa está aplicando R$ 300 milhões para ampliar em 300 mil toneladas a capacidade de estocagem. Os novos armazéns estarão prontos em fevereiro do ano que vem.

Com 31 mil cooperados no Paraná, em Santa Catarina e em Mato Grosso do Sul, a Coamo é outra cooperativa que buscou soluções alternativas de armazenagem. A capacidade da cooperativa é de 5,6 milhões de toneladas. “Está tudo lotado”, conta Airton Galinari, presidente executivo da cooperativa. No total são cerca de 7 milhões de toneladas de grãos armazenados na Coamo. E, para conseguir guardá-los, a cooperativa teve de apelar para silos bag, onde estão armazenadas 750 mil toneladas, silos infláveis e armazéns de terceiros – estes dois últimos somam mais 400 mil toneladas.

Recuo nos preços Sequência de boas safras de soja e milho resultou no menor nível de preços dos últimos três anos

O Estado de S. Paulo.29 Outubro de 2023
Por: MÁRCIA DE CHIARA

LULA E NÃO DILMA, INICIOU DESORGANIZAÇÃO MACRO

Números mostram que política econômica de Lula 2 e Dilma 1 não era sustentável. Com o passar do tempo e a consolidação das estatísticas é possível olhar para trás com mais distanciamento.

A economia brasileira entrou em uma profunda crise em 2014 e saiu dela somente no final de 2016. A recuperação foi muito lenta. Ainda vivemos sob desequilíbrio fiscal estrutural e tudo sugere que a dívida pública continuará a crescer até 2026 pelo menos.

Uma questão importante é saber quando que iniciamos o desvio da rota da estabilidade macroeconômica. Foi no governo Lula 2 ou em Dilma 1? Esta coluna apresenta os números. A evidência é clara de que começamos a construir nossa grande crise no segundo mandato de Lula.

A tabela apresenta algumas estatísticas para alguns anos que documentam a afirmação no final do parágrafo anterior.

Na primeira linha, lê-se a evolução do custo unitário do trabalho medido pela renda do trabalho da Pnad contra a produtividade do trabalho medida pelo observatório da produtividade Régis Bonelli do FGV Ibre. A partir de 2007, os salários sobem a uma velocidade muito superior à da produtividade.

Na segunda linha fica clara a queda da rentabilidade das empresas —medida pela geração de caixa como fração do faturamento (dados das empresas abertas). Para essa estatística, a piora ocorre a partir de Dilma 1.

Da terceira linha, consta a evolução do superávit primário estrutural do governo central medido pela IFI (Instituição Fiscal Independente). Queda acentuada em Lula 2. A contrapartida da elevação do déficit fiscal é a claríssima piora, a partir de Lula 2, das exportações líquidas (estatística representada na quarta linha da tabela).

O hiato de recursos medido pela IFI —se positivo a economia opera além do pleno emprego— indica que, já em Lula 2, a economia testava os limites da atividade. Na época, todas as estimativas de taxa natural de desemprego indicavam algo em torno de 9,5%, bem acima do observado já em 2010. Após a reforma trabalhista há sinais de que a taxa natural se encontra abaixo de 8,5%.

A inflação de preços livres, após 2006 de 2,6% ao ano, fecha o segundo mandato de Lula a 7% e fica nesse patamar até 2014. Ao longo do primeiro mandato de Lula, o atraso tarifário foi corrigido. Política desfeita já no segundo mandato. Dilma 1 termina com atraso dos preços administrados, em relação à posição de dezembro de 2002, de 6,3%.

É comum se alegar que a queda do investimento público teria sido responsável pela desaceleração da economia no primeiro mandato de Dilma. No entanto, como proporção do PIB, o investimento público eleva-se até 2013, inclusive.

Os números documentam: a política econômica em Lula 2 e Dilma 1 não era sustentável. Que o melhor momento que tivemos —acho que desde que Pedro Álvares Cabral colocou seus dois pés na Bahia— foi sob uma política econômica insustentável indica que nossa democracia ainda não encontrou a fórmula de compatibilizar crescimento econômico sustentável com equidade e redução da pobreza.

Folha de S.Paulo 29 Outubro 2023
Pesquisador do Instituto brasileiro de Economia (FGV) e da Julius baer Family Office (JBFO). É doutor em economia pela USP Samuel Pessôa

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